Essa foto foi feita em Goiás, em 1912. Essas mulheres carregam no pescoço um inchaço chamado bócio, resultado da deficiência de iodo no corpo. Naquela época, o problema era tão comum que fazia parte da paisagem em várias regiões do Brasil.
Mas a ciência já buscava respostas. Em 1811, o químico francês Bernard Courtois isolou o iodo. Poucos anos depois, o médico suíço Jean-François Coindet testou sais de iodo em pacientes e viu o bócio regredir. Décadas mais tarde, Gaspard Adolphe Chatin confirmou de vez: o bócio era causado pela falta de iodo na alimentação.
O grande salto veio em 1922, quando a Suíça decidiu adicionar iodo ao sal de cozinha. A solução simples foi revolucionária: o bócio praticamente desapareceu. Em 1924, os Estados Unidos seguiram o exemplo, e o mundo inteiro começou a adotar a medida.
No Brasil, a iodação do sal também se tornou obrigatória, e com isso o bócio endêmico tão comum há pouco mais de um século praticamente desapareceu.
Hoje, esse gesto simples de colocar iodo no sal é considerado uma das maiores vitórias da saúde pública: preveniu não só o bócio, mas também atrasos cognitivos e problemas graves de desenvolvimento em milhões de pessoas.
Impressionante pensar que algo tão básico, presente em cada cozinha, foi capaz de mudar o rumo da saúde mundial.