VILHENA: Jovem resgatado após acidente tem morte encefálica declarada

Segundo o pai, Carlos Eduardo de Lazzari teria chegado consciente ao hospital

VILHENA: Jovem resgatado após acidente tem morte encefálica declarada

Foto: Folha do Sul Online

Quatro dias após o resgate de um rapaz de 21 anos, identificado como Carlos Eduardo de Lazzari, que se envolveu em um acidente gravíssimo na BR 174 no dia 11 deste mês, o FOLHA DO SUL ON LINE entrevistou o pai dele, que fez uma série de revelações sobre o atendimento no Hospital Regional, onde o garoto chegou bastante machucado, mas ainda consciente.
 
Nos últimos dias, no entanto, portanto depois da entrevista a este site, o construtor Juceni Paes Rosa, que também é desportista e conhecido como “Botafogo”, passou a fazer denúncias graves e a tentar transferir o jovem para outro hospital. Ele também gravou um áudio, autorizando a publicação pelo site.
 
Além o áudio, através do qual Juceni explica a situação, um amigo de Carlos Eduardo, a vítima do acidente, gravou um vídeo no qual faz sérias revelações sobre a situação do jovem e o fala do mau atendimento dado a ele, mas o conteúdo, postado no Facebook, acabou sendo removido depois.
 
Hoje de madrugada, o acidentado, cuja transferência negada pelos médicos do HR levou os familiares e registrar dois Boletins de Ocorrência na Polícia Civil, e que lutava pela vida desde o acidente, acabou tendo sua morte encefálica declarada. O falecimento foi confirmado por uma pessoa próxima.
 
LEIA ABAIXO a entrevista completa. Ao fim do texto está o áudio gravado pelo pai.
 
Por telefone, o FOLHA DO SUL ON LINE entrevistou o pai do jovem Carlos Eduardo de Lazzari, que na manhã do último sábado se envolveu em um gravíssimo acidente na BR 174, em Vilhena. Além do próprio rapaz, uma garota de 19 anos que ele levava na garupa e um servidor da Secretaria Municipal de Obras foram resgatados com sérios ferimentos em várias partes de seus corpos (LEMBRE AQUI).
 
Na manhã de ontem (segunda-feira, 13), os pais de Carlos Eduardo foram chamados ao Hospital Regional, onde um médico disse a eles que o garoto havia sofrido morte encefálica. O profissional, no entanto, disse que outro médico neurologista precisaria assinar um segundo laudo confirmando o diagnóstico inicial.
 
O entrevistado contou ao site os momentos de angústia que viveu desde que soube do acidente, e diz que só foi avisado, e por uma amiga do filho, cinco horas após o resgate. A mãe, que trabalha em um supermercado que não permite o uso de celular por funcionários, também só tomou conhecimento do ocorrido por uma amiga do filho.
 
O pai relata que o jovem deu entrada consciente no hospital, e assim permaneceu até chegada da mãe, a quem abraçou e deu demonstrações de amor. “Meu filho estava tão lúcido que tentou acalmar a mãe”, conta o construtor, com quem Carlos Eduardo trabalhava de segunda a sexta-feira, e fazia entregas aos sábados e domingos.
 
O pai também diz ter ficado chocado ao chegar ao hospital e ver o rapaz sozinho em uma cama, ensanguentado e sem ninguém por perto. A mãe teve a mesma reação ao notar que ninguém o atendia e, a partir daí, os profissionais da unidade teriam passado a dar atenção a ele. O casal só foi comunicado sobre o que acontecia mais de cinco horas após o acidente.
 
Já sedado, o paciente foi levado para a Sala Vermelha, e o pai relata uma situação constrangedora: após fazer algumas fotos, foi abordado por um servidor, que o obrigou a apagar as imagens e ameaçou acionar a segurança. “Eu apaguei e até pedi desculpas. Na verdade, até me humilhei por causa do meu filho naquela situação”, diz.
 
Esse mesmo funcionário informou ao construtor que o filho dele sairia da Sala Vermelha e seria levado para o quarto, mas após a retirada dos aparelhos que monitoravam o paciente e um médico colocar o dedo em seu pescoço, como se medisse os sinais vitais, começou a correria. Pela porta, o pai viu seis profissionais de saúde em volta da cama de Carlos Eduardo.
 
Uma profissional de saúde saiu e levou os pais para a capela do hospital. Aflito, o casal pedia para que informassem se o filho havia morrido. A mulher disse que um médico viria conversar com os dois, e recomendou orações no pequeno templo hospitalar.
 
Quando o médico chegou, também não confirmou a morte, mas disse que o estado do paciente era gravíssimo. Tudo isso se passou no sábado à tarde, mesmo dia do acidente. No domingo, com o jovem sedado e inconsciente, os pais mantiveram a rotina de visitas.
 
Ontem, no entanto, veio a fatídica informação de que o primeiro diagnóstico confirmou a morte cerebral, deixando a família presa ao fio de esperança de mais um parecer médico. Será preciso que outro neurologista faça um segundo laudo e, mesmo após isso, o jovem terá que ser submetido a um novo exame, chamado encefalograma, que confirmará ou não a morte encefálica.
 
O entrevistado aponta o que pode ter acontecido para o quadro do filho, que havia chegado ao HR consciente, se agravasse tão rapidamente. “Não sou médico, mas pra mim, quando os profissionais o viram falando, imaginaram que ele estivesse bem, apesar das fraturas de vários ossos. E aí não fizeram exames de imagem na cabeça, pra saber se não havia nenhuma lesão interna”.
 
Os pais do acidentado não informaram se, diante do quadro que parece irreversível, irão autorizar a doação dos órgãos dele para transplantes.
 
A garota que ele havia encontrado na casa de uma amiga em comum, e que estava sendo lavada para a residência dela, também sofreu diversas lesões, mas está internada e consciente, assim como o servidor da Semosp envolvido na colisão.
 
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