O Brasil está passando por uma revolução silenciosa e afetiva dentro de casa. O que antes era chamado de 'bichinho de estimação' agora ocupa o lugar de filho com patas, focinho e rabo.
Dados do IBGE e do Instituto Pet Brasil revelam que há mais pets do que crianças no país: são 92 milhões de cães e gatos, contra 39 milhões de crianças com até 14 anos. A relação dos brasileiros com seus animais está tão intensa que redefine até o conceito tradicional de família.
Esse movimento reflete diretamente no bolso. Em 2024, o setor pet brasileiro movimentou impressionantes R$ 75,4 bilhões, colocando o país como o 3º maior mercado do mundo, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil em parceria com a Euromonitor.
O investimento dos tutores chama a atenção até entre as classes mais baixas. Um levantamento do SPC Brasil aponta que, em algumas famílias de baixa renda, até 24% da renda mensal é destinada aos cuidados com os pets. A média anual de gastos por animal é de R$ 3.528, superando o que muitos brasileiros investem em lazer ou educação, segundo a Abinpet.
Mas esse fenômeno vai além da economia. É emocional. É cultural.
Pesquisas da Mars Petcare em parceria com a Human Animal Bond Research Institute (Habri) mostram que 89% dos tutores relatam melhora no bem-estar emocional graças à companhia dos animais, enquanto 92% sentem alívio da solidão e do estresse.
A nova realidade é clara: o que antes era luxo, virou prioridade. O que antes era mimo, virou compromisso. E o que antes era 'apenas um animal', hoje é parte da família.
A sociedade muda e os pets estão no centro dessa transformação afetiva.