AFAZERES DOMÉSTICOS: Mulheres assumem 76% do cuidado não pago no Brasil, revela estudo

Evolve tarefas como cozinhar, limpar, cuidar de crianças, idosos ou pessoas com deficiência, tanto direta quanto indiretamente

AFAZERES DOMÉSTICOS: Mulheres assumem 76% do cuidado não pago no Brasil, revela estudo

Foto: Reprodução Instagram

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Um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) acendeu um alerta sobre a desigualdade de gênero na divisão do trabalho de cuidado no país. Segundo o relatório “Políticas para a Corresponsabilidade no Mundo do Trabalho”, as mulheres são responsáveis por 76,2% de todas as atividades de cuidado não remunerado, como cuidar de crianças, idosos, tarefas domésticas e administração da rotina familiar.

 

A pesquisa mostra que, enquanto os homens dedicam uma parte expressiva do tempo ao trabalho remunerado, as mulheres acumulam jornadas invisíveis. Em média, as brasileiras gastam 9,8 horas semanais a mais que os homens com atividades de cuidado — um desequilíbrio que limita oportunidades profissionais e impacta diretamente a renda feminina.

 

Desigualdades ampliadas por classe social e raça

 

O levantamento destaca que a desigualdade não é homogênea entre todas as mulheres. A realidade é ainda mais dura quando fatores como renda e raça entram na análise:

·         Mulheres de baixa rendadedicam 11,6 horas semanais a mais do que os homens às tarefas de cuidado.

·         Entre as mulheres negras, o tempo gasto chega a 22,4 horas, acima das 20,7 horas dedicadas por mulheres brancas.

 

Esses números evidenciam como desigualdades estruturais — acesso limitado a creches, serviços públicos insuficientes e falta de políticas de apoio — recaem com ainda mais força sobre mulheres negras e de famílias mais vulneráveis.

 

Impacto direto no mercado de trabalho

 

O estudo revela que a sobrecarga de cuidados é uma das principais barreiras para a participação feminina no mercado de trabalho. Entre mulheres de 25 a 29 anos que estavam fora da força de trabalho e não procuravam emprego, 61% apontaram responsabilidades familiares como o motivo da desistência.

 

Esse cenário ajuda a explicar índices persistentes de desigualdade salarial, menor participação feminina em cargos de liderança e maior informalidade entre mulheres. Especialistas afirmam que, sem políticas públicas que promovam a corresponsabilidade — incluindo creches, licença parental compartilhada e incentivos para que homens participem mais do cuidado — a desigualdade tende a se perpetuar.

 

Um desafio urgente

 

O relatório reforça que, apesar dos avanços, o trabalho de cuidado continua sendo invisível e desigualmente distribuído no Brasil. Para a OIT, reconhecer e redistribuir essas tarefas é essencial para garantir igualdade de oportunidades, promover autonomia econômica feminina e construir um mercado de trabalho mais justo.

 

Enquanto não houver políticas estruturais que aliviem essa carga e incentivem a participação masculina nas responsabilidades domésticas, milhões de mulheres seguirão enfrentando obstáculos que limitam seu desenvolvimento profissional e pessoal.


 

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