Apesar das ruidosas explosões de julho (pirotécnicas ou não), Porto Velho, assistiu letificantes representações, que através de farsas, lendas, contos, mitos, cantigas, fábulas, músicas e bonecos, reviveram o nosso rico imaginário, contribuindo com formação de platéia, que lotou a Pç. das Três Caixas D’água, durante a realização do projeto “Amazônia Encena na Rua”.
O Festival de Teatro de Rua (de 23 à 27.Jul.08), teve início com um primoroso café da manhã - bem regional - demonstrando desde aquele momento, que as oficinas, ciclo de debates e apresentações, seriam preciosos e com platéia garantida.
A história nos mostra que o Teatro interativo é assim; artistas e platéia juntos, e para propalar a arte, o artista “tem que ir aonde o povo está”.
O resultado não poderia ser outro; sucesso.
Diferente de mornas representações, com longas falas oportunistas e cansativas, o Festival (que teve como cenário, tecidos coloridos ricamente alinhavados, sendo rotunda as férreas Caixas D’água, num julho poeirento, fumacento e meio árido), além de agregar artistas e platéia às vezes formada por famílias inteiras, demonstrou que a arte está intrisicaamente ligada aos anseios do povo, que carente de informações culturais, vê em Projetos desta natureza, o necessário empenho em desenvolver políticas públicas para promover o setor, sendo de fundamental importância o apoio institucional. No tablado improvisado, de puro cimento, atores e platéias se confundiram em autêntica simbiose, em recíproca entrega...
A “Praça é do povo, como o céu é do urubú”, e com esta máxima, a Cia Será o Benedito ? (RJ); Grupo Baião de Dois (AM); Cia de Lavrado (RR); Grupo Vivarte (AC) e O Imaginário (RO), desfilaram repertório da secular arte de interpretar a vida. Aos intrépidos Chicão/Zaine a nossa reverência, pela incansável sina de fazer cultura. Às Companhias de Teatro que vieram mostrar arte e talento para o povo daqui, nossos agradecimentos e respeito.
“Nem só de pão vive o homem”, mas de toda a palavra, canto e gestual daqueles que escolheram o TEATRO como forma de tornar a ARTE sublime e grandiosa.