ÁLCOOL E DROGAS: Um panorama atual dos danos gerais

ÁLCOOL E DROGAS: Um panorama atual dos danos gerais

Foto: Freepik.com

Ano após ano, tanto a medicina tradicional quanto a medicina alternativa têm apresentado novas possibilidades de suporte para quem deseja abandonar os vícios em álcool e/ou drogas ilícitas.
 
Tratamento com Ibogaína, canabidiol e até semente preta de gergelim têm sido alguns dos recursos oferecidos para reduzir os danos e ajudar no autocontrole de quem deseja parar de intoxicar o organismo com psicotrópicos. 
 
Infelizmente, apesar disso, inúmeras pessoas continuam morrendo (e matando) por causa do uso irresponsável dessas substâncias.
 
Perigo em Trânsito
 
A Agência Brasil publicou, em janeiro de 2021, uma estatística alarmante sobre o uso de álcool e drogas por motoristas brasileiros. Segundo a matéria, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou que uma em cada três pessoas que sofrem acidentes graves está sob efeito de álcool ou drogas. 
 
A informação foi obtida através das amostras de sangue de pacientes internados no Hospital das Clínicas da Universidade.
 
O álcool foi o psicoativo mais prevalente nos testes, estando presente no exame de mais de 20% dos 376 pacientes com idade média de 36 anos; sendo 80% deles homens. 
 
Maconha e cocaína, juntas, representaram 17% dos outros casos, sendo que a cocaína aparece logo após o álcool, estando presente nas  amostras de 12% da população testada, seguido da maconha, consumida por 5% dos pacientes.
 
Para o pesquisador responsável pelos testes, o álcool aparece em primeiro lugar porque é uma substância legal, socialmente aceita, e culturalmente disseminada no Brasil.
 
Apesar disso, não são apenas motoristas embriagados que causam (ou se tornam vítimas) de acidentes. 
 
Milhares
 
Em 2022, ocorreram cerca de 64.301 acidentes de trânsito no País.
 
Seguindo a lógica apresentada pelos pesquisadores da USP, mais de 20.000 deles poderiam ter sido evitados, caso os condutores não estivessem sob efeito de entorpecentes lícitos ou não.
 
Controle
 
O número de acidentes no país poderia diminuir se houvesse um controle mais rígido, tanto sobre a circulação das drogas entre a sociedade quanto na fiscalização do uso por motoristas em trânsito.
 
O Governo Federal, anualmente, investe milhares de reais com a agência de marketing oficial da União, divulgando campanhas que visam alertar os condutores sobre os riscos da direção após o consumo de álcool ou drogas, mas embora os índices apontem que está acontecendo uma conscientização a respeito dos riscos, ainda há quem se recuse a aderir a um comportamento responsável.
 
Sem Medo
 
O condutor alcoolizado ou sob o uso de entorpecentes tem sua capacidade de sentir medo reduzida e não leva em conta que álcool e drogas podem prejudicar o tempo de reação, o pensamento e a capacidade física de uma pessoa para conduzir um veículo.
 
Isso o torna mais corajoso diante de situações em que o ideal seria tomar medidas de precaução. 
 
Os acidentes de condução sob entorpecentes são particularmente trágicos porque são 100% evitáveis. Não há motivo nem desculpa para dirigir sob efeito de álcool ou outras drogas. 
 
Dirigir embriagado é contra a lei em todo o País e em diversos locais do mundo, justamente porque arrisca a vida de pessoas inocentes, sem nenhuma necessidade.
 
Desamparo
 
É fato que nem todo acidente resulta em morte ou em graves consequências, mas mesmo os menores prejuízos, quase sempre poderiam ser evitados caso o condutor não estivesse entorpecido.
 
Segundo Maurício Souza, advogado especialista em seguros, “Quem possui seguro automotivo pode, em inúmeros tipos de acidentes, receber indenizações de diversos tipos e, inclusive, ter ressarcido o valor do carro de acordo com a tabela Fipe”. 
 
Os valores podem ajudar consideravelmente quem precisa de um tratamento para a reparação de danos causados pelo acidente ou para indenizar as vítimas.
 
Em casos de acidentes com condutores sob efeito de álcool e/ou drogas, os seguros não reembolsam despesas relacionadas ao ocorrido e não há nenhum tipo de cobertura.
 
Os danos materiais e emocionais, para todos os envolvidos, podem ser traumatizantes e irreparáveis.
 
Consumo de álcool aumentou durante a pandemia
 
A pandemia causou efeitos que até hoje não podem ser completamente mensurados, tanto na vida privada quanto na sociedade, como um todo.
Ficar em casa por mais de um ano foi avassalador para uma boa parcela da população.
 
No início, muita gente aproveitou o período para descansar e passar um tempo com a família.
 
Acender um incenso para a casa, fazer faxina, colocar tudo em ordem e até realizar pequenas reformas foram apenas algumas das atividades que mantiveram as pessoas ocupadas, mas, com o passar dos meses, a falta de convívio social, a solidão e a ausência de expectativas a respeito de quando a vida voltaria ao normal, fez com que muita gente aumentasse o consumo de álcool e drogas a níveis preocupantes.
 
Um levantamento do Ministério da Saúde revelou que em 2020, houve quase 20% mais mortes associadas ao uso de álcool em relação ao ano anterior.
 
Embora hoje já existam inúmeros tipos de tratamento contra o alcoolismo e uso de outras drogas, ainda há muita resistência da sociedade em entender que assim como outras doenças, a dependência requer cuidados por toda a vida, visto que não há cura para quem adquire-a.
 
Apoio Familiar
 
É no seio da família que se desenvolvem e se revelam os principais problemas, e quando o assunto é o consumo irresponsável de álcool e outras substâncias, os familiares mais próximos são as primeiras pessoas a perceber a situação.
 
É de suma importância que o diálogo esteja aberto para advertir um familiar sobre a condução sob efeitos de substâncias, sobre os excessos de consumo, sobre as possibilidades e recursos disponíveis para tratamento e suporte e outras questões que podem desencadear as piores consequências, como graves doenças e a morte.
 
Esperança
 
Conforme os problemas relacionados às dependências forem sendo resolvidos, é de se esperar que o número de mortes, tanto por doenças desencadeadas pelo uso de substâncias nocivas quanto por acidentes de trânsito que, muitas vezes, ceifam diversas vidas simultaneamente, comece a diminuir.
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