SEM NOÇÃO: Em ato por Julieta Hernández em PVH, homem insiste em 'pudor' para mulheres

Na última sexta feira (12), um fato curioso e até revoltante aconteceu na Praça Getúlio Vargas, em frente ao Mercado Cultural no Centro de Porto Velho.

Ali acontecia como em todo Brasil, um ato pela vida de Julieta Hernandez, com a participação de ativistas, feministas, coletivos, ciclistas e grupos teatrais para prestar uma homenagem e se manifestar contra o feminicídio.

Enquanto as pessoas se organizavam no local, um cidadão que não se identificou, os abordou e convencer a todos que uma lei deveria ser criada para que as mulheres se vistam com pudor para que os homens não tenham vontade de cometer nenhum crime.

“Vai ajudar na forma, não? E se vestir como mulher de pudor não ajudaria nós a cumprir a lei não?”, bafejou o “conservador”.

Um artista que estava no local ainda argumentou com o néscio: “A mulher, o corpo é dela. Ela tem direito de usar o que quiser”.

E o cidadão continuou: “Não, eu não tô falando disso. Eu tô falando de uma situação que trás uma solução”.

O artista contra-argumentou: “Mas cê tá dizendo que o Estado tem que dizer como a mulher tem que se vestir. Mas o direito é dela. O Estado diz como você se veste? Se o Estado não diz como você se veste, porque tem que obrigar as mulheres a se vestir de um jeito que a gente acha?”.

O ditador da moda, vendo que sua ideia não teria disseminação ali, só perguntou: “Você é homem? Você não entendeu nada”.

E o malabarista/palhaço deu uma última mensagem: “Só vai mudar quando você entender também”.

Logo após o fato, os participantes do ato a favor da vida de Julieta Hernández divulgaram uma nota de repúdio:  

“Sim, você não está lendo errado, esse pensamento machista foi exposto em uma manifestação contra o feminicídio, onde protestávamos a morte brutal de uma mulher. Esse é o tipo de pensamento que mata, não nos calaremos nenhum dia, lutaremos sempre, para que esse tipo de pensamento não se espalhe, e não se reproduza”.