“Ninguém nunca tinha me perguntado assim tão diretamente. Olha temos essa pretensão de poder trabalhar mais. Temos esse sonho!”. Foi essa a resposta dada pela deputada federal Sílvia Cristina (PP) confirmando que virá candidata ao Senado Federal em 2026. Ela participou, nesta segunda-feira(10), no Programa Conexão Rondoniaovivo, onde foi entrevistada pelo jornalista Ivan Frazão.
A parlamentar lembrou que em 2018, quando saiu candidata à deputada federal era desconhecida de boa parte dos eleitores rondoniense. Porém, disse ela, a comunidade abraçou a candidatura e o trabalho desenvolvido dando-lhe a chance de atuar por dois mandatos no Congresso Nacional.
“Nós erámos a surpresa no primeiro mandato. Mas agora, com o trabalho que estamos desenvolvendo e se a população ver que podemos ir para uma campanha ao senado, o que é não é fácil, iremos. Então, existe tem esse projeto, sim. Nós estamos preparados, mas com trabalho, para poder galgar mais”, afirmou.
Câncer
Silvia Cristina contou sobre a luta dela contra o câncer e como isso se transformou em uma bandeira de luta da atuação na Câmara dos Deputados. Ela disse que descobriu a doença em 2006 e foi quando teve contato com as dificuldades enfrentadas pelos pacientes em Rondônia.
“Naquela época, só havia um serviço de câncer em Rondônia e que era muito deficiente. Eu havia me operado no Espírito Santo, onde fiz a retirada total da mama, o que é traumático para nós, mulheres. Decidi fazer o restante do protocolo em Rondônia e foi quando vi as dificuldades que as pessoas enfrentavam. Havia apenas uma máquina para fazer a quimioterapia e que ficava mais quebrada que funcionando. Foi então que começamos a fazer esse trabalho social”, explicou.
Outro ponto abordado pela deputada foi a questão do racismo que ela enfrentou algumas vezes na vida. Ao ser perguntada como é ser uma mulher parlamentar negra em uma Câmara Federal onde a maioria é formada pessoas brancas, ela disse que não é algo fácil.
“Eu já fui barrada três vezes na Câmara, de chegar e me perguntarem: “onde a senhora pensa que vai?”. Mas lá, todos os deputados usam um botton para a identificação dos deputados, o que foi ignorado. A gente enfrenta isso pela cor. Tenho uma outra situação em Ji-Paraná, em que eu tinha um carro de luxo e fazia propaganda de lojas, mas as pessoas comentavam que o carro era do patrão e ele me emprestava. Tenho muito orgulho de ser a primeira mulher negra de Rondônia no Congresso Nacional, mas nós ainda enfrentamos essas barreiras, infelizmente, pela cor”, declarou.