Por uma Amazônia sem mácula – Por Marquelino Santana

por Marquelino Santana

20 de Junho de 2025 às 09:57

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Por uma Amazônia sem mácula – Por Marquelino Santana

Foto: Divulgação

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A imensurável terra amazônica no seu inenarrável esplendor é imaculada alma que vivifica o espaço vivido de sua virtuosa gente. São remanescentes transcendentais que exaltam a virtuosidade e o prazer inefável dos sentidos.

Um povo dotado peculiarmente de sentimento e pertencimento como resultado do enraizamento do lugar. Esse devaneante e brioso lugar é também o seu mundo. Um mundo de representações e significações, simbolizadas ao ser do ente humano. Para o geógrafo humanista Werther Holzer, “na fenomenologia, mundo e lugar são vistos como um par essencialmente inseparável, algo como o par espaço e lugar para a geografia”.

Segundo Holzer, na medida em que o homem se apropria desse espaço, ele se torna mundo, a partir da fixação das distâncias e das direções, onde os marcos referenciais são o corpo e a matéria onde ele se apoia, um espaço primitivo que, uma vez apropriado pelo homem, se torna lugar. Mas a situação vigente desse lugar e mundo está seriamente ameaçado pela sociedade envolvente que está ferindo profundamente a existência humana e os direitos da mãe terra.

Para o escritor boliviano, Pablo Solón, “a recuperação do equilíbrio do planeta demanda mecanismos e regras internacionais. Assim, o desafio é desenvolver formas de democracia da terra em nível nacional, regional e mundial que tomem em consideração o todo”. No mesmo caminho, a francesa Geneviève Azam – professora da Universidade de Toulouse-Jean-Jaurés – nos diz que, “A justiça social não pode ser confinada a um crescimento redistribuído. Tal conquista só é possível pelo reconhecimento da dignidade por igual para todos os humanos, e é inseparável da preservação das condições materiais dessa dignidade”.

Mesmo diante do conluio da conspiração humana doentia que desterra os menos favorecidos do lugar da mãe terra, e mesmo diante da devassidão e desregramento cruciante que deflagra a morte anunciada, é preciso lutar por uma Amazônia sem mácula.

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