Um homem foi solto, nesta quarta-feira (9), após passar três dias detidos injustamente em uma penitenciária da zona norte do Rio de Janeiro. O técnico de telefonia de 22 anos foi preso ao parar em uma blitz, no último domingo (6.mar), depois de constar contra ele um mandado de prisão, expedido em São Paulo, acusando-o de não pagar pensão alimentícia. O detalhe é que o rapaz não tem filhos.
"Eu falei: não é possível, eu não tenho filho! Eles [os policiais] rindo, zombando, falando que eu engravidei alguém por aí e não sei", contou Antônio Marcos Pereira Vasconcelos, que falou com exclusividade ao SBT Brasil, após ser solto.
A mãe de Antônio lembrou ainda que a idade da criança em questão também inviabiliza uma suposta paternidade. A menina à qual o mandado de prisão se referia tem 15 anos. "Meu filho tinha sete anos de idade quando essa criança nasceu, e está passando por isso por conta de um erro do Estado", argumentou Vanise Costa Pereira.
Apesar das alegações da família, o jovem só foi solto depois de contratar um advogado para provar que não era o homem procurado. Em nota, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) admitiu o erro no mandado de prisão e afirmou que, logo que foi alertado, encaminhou o alvará de soltura de Antônio do Rio de Janeiro e determinou a regularização do cadastro processual contra ele.
Outros jovens presos injustamente no Rio
Antônio não foi o único a ir parar na cadeia por uma falha do Estado. Em um mês, foram registrados pelo menos outros dois casos de jovens presos injustamente na capital fluminense.
Em fevereiro, o estudante Yago Correa, de 21 anos, foi detido sob a acusação de tráfico de drogas enquanto comprava pão. Já na semana passada, o instrutor de capoeira Marcos Carreira, de 19 anos, foi apontado por turistas como assaltante apenas por suas características físicas: o jovem é negro e tem os cabelos tingidos. Em ambos os casos, a Justiça determinou a soltura dos rapazes, por falta de provas.