Macaúba é fonte renovável de energia e serve para a produção de biocombustível e o plantio, além de poder gerar 20 vezes mais empregos
Foto: Divulgação
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A macaúba é reconhecida por seus espinhos e pela copa frondosa que pode ultrapassar os 15 metros de altura. Especialistas destacam seu enorme potencial econômico e ambiental, podendo se tornar uma importante fonte de energia renovável através do biodiesel, sendo chamada de "ouro amarelo".
Estudos com essa planta já são conduzidos há mais de 18 anos no Brasil, com a primeira amostra encontrada em Santarém (PA). Registros indicam que a palmeira é utilizada há milênios no México, Colômbia e em outros países.
O professor e pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Carlos Colombo, foi pioneiro em explorar as múltiplas utilidades da matéria-prima extraída da macaúba. Ele ressalta que o fruto da palmeira pode ser aplicado em diversos setores, como alimentação, energia e agricultura, contribuindo para a recuperação do solo.
Produtos
Os óleos extraídos da polpa e da amêndoa são as principais matérias-primas do fruto, com aplicações na indústria cosmética e na produção de biodiesel, após o refinamento. A casca é utilizada na alimentação animal, especialmente de bovinos, enquanto o resíduo da polpa após a extração do óleo, conhecido como 'torta da polpa', serve como uma fonte proteica alternativa, rica em fibras para dietas humanas e animais.
Da amêndoa, o resíduo remanescente após a extração do óleo, chamado 'torta', contém cerca de 38% de proteína e é também aproveitado.
Todos os componentes do fruto são utilizados para enriquecer o solo e aumentar sua produtividade. A madeira da planta é adequada para revestimento e possui longa durabilidade, podendo ultrapassar 100 anos. Até mesmo as folhas são aproveitadas para artesanato e fibras têxteis.
Energia renovável
O óleo da macaúba apresenta um potencial significativo como fonte alternativa de energia renovável através do biodiesel. Carlos destaca que governos ao redor do mundo estão adotando políticas para substituir fontes de energia baseadas em petróleo, devido ao impacto ambiental desses combustíveis.
Segundo pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a macaúba pode produzir cerca de cinco toneladas de óleo por hectare. A agroindústria busca criar oportunidades de emprego em Rondônia, superando até mesmo a produção de soja.
O pesquisador explica que atualmente o óleo de soja, junto com o óleo de dendê, representa 70% do óleo vegetal utilizado mundialmente. No entanto, esse cenário está mudando, pois a macaúba tem potencial para produzir seis vezes mais óleo por hectare do que a soja.
"Sabemos muito pouco sobre a macaúba. A vantagem é que hoje temos muito mais capacidade de coletar dados do que no passado. Para estruturar toda a cadeia de produção da macaúba, é necessário entender todos os aspectos, desde a semente até o processamento industrial", explica o cientista.
Produção sustentável
A macaúba pode ser cultivada em cinco biomas brasileiros, adaptando-se aos diferentes climas do país. Uma de suas vantagens é a capacidade de ser plantada em consórcio com culturas como soja, algodão, milho e pastagens para bovinos.
O cultivo da macaúba representa uma alternativa sustentável para Rondônia, incentivada pelo empresário Maurício Conti como uma forma de reduzir o desmatamento ilegal e aumentar a geração de renda na região.
"A macaúba é verdadeiramente um 'ouro amarelo', pois podemos aproveitar o óleo da polpa e da amêndoa, além da torta para alimentação animal. Ela pode ser cultivada em consórcio com soja, milho, pecuária, proporcionando um aumento significativo na renda", destaca o empresário.
Empregos
Em Rondônia, o cultivo da macaúba teve início com a experimentação em mais de 15 hectares em Pimenta Bueno. O desenvolvimento da indústria da macaúba visa beneficiar desde pequenos até grandes produtores.
Maurício salienta que a macaúba gera quatro empregos a cada 10 hectares cultivados, em comparação com a soja, que gera apenas quatro empregos a cada 200 hectares. Isso demonstra que a palmeira pode gerar até 20 vezes mais empregos do que a soja.
O objetivo é triplicar a renda dos produtores que, em sua maioria, ainda estão envolvidos com o extrativismo, sem comprometer outras culturas já estabelecidas. A palmeira da macaúba gera empregos desde a fase do viveiro, que requer cuidados específicos, até o refinamento do óleo para biodiesel.
Mais uma já já e encerro
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