O governo da Venezuela acusou nesta terça-feira (02) os Estados Unidos de usar inteligência artificial (IA) para criar o vídeo com o ataque a um barco no sul do Caribe divulgado pelo presidente Donald Trump. Segundo o mandatário, a embarcação levava drogas produzidas no país de Nicolás Maduro e deixou 11 mortos.
De acordo com o ministro da Comunicação venezuelano, Freddy Ñáñez, a análise feita pelo Gemini, serviço de IA do Google, disse que o conteúdo é "altamente provável" de ter sido criado artificialmente.
"Depois de levá-lo a um beco sem saída, agora [Marco] Rubio lhe oferece um vídeo com IA como ‘prova'" , escreveu Ñáñez em seu canal no Telegram, sobre ao secretário de Estado americano.
Entenda o caso
No vídeo divulgado por Trump, uma embarcação é atingida por uma bomba e explode em alto-mar. O republicano afirmou que 11 integrantes do grupo criminoso Tren de Aragua morreram na operação, realizada em águas internacionais. Veja:
"Que isso sirva de aviso a qualquer pessoa que sequer pense em trazer drogas para os Estados Unidos da América. Cuidado!", escreveu em sua rede Truth Social.
A operação também foi confirmada por Marco Rubio, que classificou o grupo como "narcoterrorista". No entanto, assim como Trump, o secretário não deu detalhes sobre a localização, a autoria do disparo ou a embarcação atacada.
Escalada no conflito
A publicação do vídeo aumentou o conflito entre Washington e Caracas. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou os EUA de criarem narrativas para justificar ações militares na região.
Segundo o líder, o objetivo da Casa Branca é se apropriar dos recursos naturais do país. "Eles vêm pelas maiores reservas de petróleo do mundo, pela quarta maior reserva de gás, pelas nossas riquezas", disse.
A mobilização militar americana tem se instalado no Caribe. Os Estados Unidos enviaram centenas de soldados, navios de guerra e um submarino nuclear para a região. Maduro já afirmou que, em caso de invasão, a Venezuela vai recorrer à luta armada.