O Porto Oficial amanheceu hoje invadido por dezenas de mototaxistas de Guajará-Mirim e Nova Mamoré. Eles decidiram reivindicar mais segurança na fronteira, tendo em vista que nos últimos meses o trabalho da categoria, se tornou de alto risco, já que as motocicletas têm sido alvo dos ladrões, que roubam os veículos para a Bolívia, onde passam a circular livremente.
O estopim da manifestação foi o latrocínio que teve como vítima o mototaxista Valdir Ramos Gomes, 39 anos. No dia 17/02, por volta das 16 horas, ele recebeu uma ligação telefônica e saiu dizendo que iria fazer uma corrida e foi encontrado morto, três dias depois, jogado em um igarapé, a cerca de 30 km da cidade. Na ocasião, os ladrões levaram sua motocicleta.
No dia 23/02, o mototaxista JULIÃO DE LIMA FERREIRA, de 38 anos, ao fazer uma corrida para o Distrito de Vila Murtinho, foi vítima de assalto. Quatro bolivianos armados lhe renderam e levaram sua motocicleta para a Bolívia numa canoa. O mototaxista foi encontrado amarrado na beira do rio.
No final do ano passado, um outro mototaxista foi assassinado em Nova Mamoré, após fazer uma corrida. Os assassinos foram descobertos e estão presos.
Preocupados com a insegurança, os mototaxistas decidiram protestar, com o objetivo de chamar a atenção das autoridades brasileiras e bolivianas. Eles querem mais rigor na fiscalização da fronteira e também leis mais rigorosas para punir ladrões de motos, que fazem assalto do lado brasileiro e circulam tranqüilamente e sem nenhuma fiscalização do lado Boliviano.
O Porto Oficial seria bloqueado pelos mototaxistas, mas a Policia Militar recebeu a informação e se antecipou a ação, e por volta de cinco da manhã vários policiais foram designados para o local de embarque e desembarque de Brasileiros e Bolivianos, por isso o trânsito de pessoas para a Bolívia está acontecendo normalmente.
Algumas ruas de acesso, ao Porto Oficial foram isoladas e alguns motoqueiros impedidos de se aproximarem do local. Além da Policia Militar, o Exército, a Policia Federal, e integrantes da Marinha Brasileira estiveram presentes para evitar qualquer ato de vandalismo no local.
Os mototaxistas querem das autoridades brasileiras mais segurança para trabalhar e também que o governo boliviano se comprometa a fiscalizar os veículos brasileiros que circulam livremente no país vizinho.