Lixos e entulhos contaminam água e solo em áreas residenciais e causam doenças e alagamentos
Foto: Freepik
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Nos primeiros cinco meses deste ano de 2025, já foram retiradas mais de 65 mil toneladas de lixo e entulhos na cidade de Porto Velho. Implantada pela atual gestão do prefeito Léo Moraes, a Operação Cidade Limpa envolve uma grande frente de trabalho para a limpeza de ruas, canais, bocas de lobo e a remoção de resíduos de diversas áreas da cidade. A ação iniciou longo na primeira semana de gestão, devido aos alagamentos que a cidade sofria durante o período de chuvas.
O volume de lixo retirados de pontos públicos desperta para a urgente necessidade de reeducação ambiental da população, para que possa dar destinos corretos para os resíduos gerados. Se não houver uma conscientização geral dos moradores, todo o trabalho lançado pode se tornar perdido.
Outra frente de serviço que vem reduzindo o impacto em Porto Velho é o novo sistema de coleta urbana de resíduos. Desde que começou a operar plenamente em novembro de 2023, o Ecoparque tem desempenhado um papel essencial no alinhamento de Porto Velho com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), garantindo a destinação adequada dos resíduos e ajudando a cidade a se adequar às exigências legais para uma gestão ambiental responsável. A implantação do aterro sanitário promoveu a destinação correta de resíduos e colocou fim no antigo sistema de lixão a céu aberto.
Esse comportamento de jogar lixo em qualquer lugar não é um problema só de Porto Velho. Apesar da existência de leis, em todo o Brasil se vê os lixões a céu aberto servindo de local de descarte para qualquer tipo de resíduo urbano. A reciclagem não passa de 4% do volume total do que gerado de resíduos nas cidades brasileiras. Mais de 40% do lixo gerado no país vão parar nos lixões. Outros 58,5% tem o destino correto em aterros sanitários.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabeleceu o fim dos lixões até 2024, mas a medida não foi cumprida por diversos municípios. O problema é ainda mais grave quando despejados em terrenos baldios, beiras de córregos e igarapés, e até mesmo nas ruas e avenidas.
A disposição inadequada do lixo em lixões acarreta uma série de problemas, como a contaminação do solo e da água, a emissão de gases de efeito estufa e o risco à saúde pública. Além disso, a falta de coleta seletiva e a baixa taxa de reciclagem contribuem para o acúmulo de resíduos nesses locais.
O impacto vai muito além da degradação visual. O entulho descartado de forma irregular pelo setor de construção civil aumenta o risco de enchentes, contamina mananciais, favorece a proliferação de vetores de doenças e contribui para deslizamentos de terra, sobretudo em áreas urbanas vulneráveis. “Quando falamos em lixões, as pessoas pensam em lixo doméstico. Mas hoje, o maior volume de descarte irregular nas cidades é de entulho. E não é só uma questão estética ou de limpeza urbana — é uma questão de saúde pública e de responsabilidade ambiental”, afirma Rafael Teixeira, especialista em reciclagem e logística de resíduos da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon).
O efeito da destinação correta de todos os tipos de resíduos urbanos gera melhor bem-estar para os moradores, redução de doenças evitáveis principalmente as causadas por água contaminada, e ainda proporciona menor impacto ao meio ambiente. Quanto mais medidas forem tomadas para melhorar as formas de descartes e as coletas, melhor será as cidades e os moradores. Esse é um problema comum no Brasil, mas Porto Velho pode se revelar como modelo, caso continue tratando do problema como uma das prioridades.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!