Servidores municipais permanecem mobilizados à espera de uma posição do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), quanto à aprovação do Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos da categoria, cuja proposta vem sendo empurrada com a barriga há vários anos pela administração petista.
Poucas vezes, na história do município, os servidores estiveram tão unidos quanto hoje, na defesa de melhores salários e condições decentes de trabalho. Semana passada, eles fizeram uma manifestação em frente à Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLA). Depois, foram atafulhar a paciência do Secretário Municipal de administração, Joelcimar Sampaio, que abandonou o prédio debaixo de vaias.
É sabido, e jamais contestado, quão irrisórios são os vencimentos pagos à maioria dos servidores municipais, ainda mais se comparados à constante majoração de preços de todas as mercadorias. Acresça-se a isso a existência de perdas salariais que se vêm acumulando ao longo dos últimos vinte anos.
Há, portanto, sobejas razões para que os servidores municipais tentem arrancar do prefeito Sobrinho a correção, através do PCCS, das distorções salariais verificadas e o tratamento isonômico de um governo que se diz preocupado com as questões sociais.
Discute-se, porém, resultado a que poderá chegar um movimento, cujos motivos são óbvios e já decididamente compreendidos por expressiva parcela da sociedade, que tem evidenciado permanente interesse na situação aflitiva e deplorável pela qual passam os servidores municipais.
Quem parece ainda não haver compreendido absolutamente nada é o prefeito Sobrinho, absorto com suas obras inacabadas e, agora, com a campanha melancólica de seu companheiro Eduardo Valverde ao governo do estado.
A intransigência do prefeito vem fomentando, cada vez mais, o grau de indignação no seio do funcionalismo. Esse não é o melhor momento para se brigar com os servidores, sobretudo quando se observa que a credibilidade política do candidato Valverde vem caindo pelas tabelas, depois que ele teve a fatídica idéia de apresentar uma PEC acabando com o Regime Jurídico Único dos Servidores, provavelmente para agradar a ala retrógrada do PT.
É hora de colocar a mão na consciência, prefeito (se é que o senhor a tem), a não ser que se tenha esquecido as promessas feitas aos servidores, durante as campanhas eleitorais, como, por exemplo, salários justos e condições decentes de trabalho.