DECLARAÇÃO: Lula diz que Forças Armadas 'não são o poder moderador'

O presidente afirmou ainda que confia em José Múcio Monteiro, apesar dos desgastes que vem sofrendo, e disse que ele continuará no Ministério da Defesa

DECLARAÇÃO: Lula diz que Forças Armadas 'não são o poder moderador'

Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (12), que as Forças Armadas não são "poder moderador como pensam que são" e expôs desconfiança com a segurança do Palácio do Planalto ao dizer que tem convicção de que policiais e militares deixaram os manifestantes golpistas invadirem a sede do Poder Executivo no último domingo (8).

 

O presidente afirmou ainda que confia em José Múcio Monteiro, apesar dos desgastes que ele vem sofrendo, e disse que ele continuará à frente do Ministério da Defesa.

 

"Essa a imagem que eu tenho das Forças Armadas. Umas Forças Armadas que sabem que seu papel está definido na Constituição. As Forças Armadas não são o poder moderador como pensam que são. As Forças Armadas têm um papel na Constituição, que é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos. É isso o papel das Forças Armadas e está definido na nossa Constituição. É isso que quero que seja bem feito", disse o presidente, em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

 

Lula disse ainda estar "convencido" de que gente de dentro do palácio deixou golpistas entrarem no dia da invasão ao Planalto.

 

"Eu estou esperando a poeira baixar. Eu quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muito agente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui de dentro coniventes. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui", afirmou.

 

Múcio está sob intensa fritura de aliados, após os atos golpistas de vandalismo no último domingo (8), que depredaram a sede dos Três Poderes em Brasília. O ministro era adepto da tese de saída pacífica dos manifestantes em frente ao quartel-general do Exército.

 

"Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O Zé Múcio fui eu quem trouxe para cá, ele vai continuar sendo meu ministro, porque eu confio nele".

 

"Se eu tiver que tirar cada ministro a hora que ele comete um erro, sabe, vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil. Todos nós cometemos erros. Zé Múcio vai continuar", completou.

 

O presidente disse ainda que falou para o ministro da Defesa e os comandantes das Forças Armadas que, "por muito menos, teve gente presa e tortura na ditadura".

 

Lula recebeu, pela primeira vez, jornalistas nesta manhã. Mas, ao final do encontro, apenas cinco veículos puderam perguntar.

 

Múcio chegou a ser criticado, reservadamente, pelo próprio presidente.

 

Irritado com a facilidade com que os invasores chegaram ao Palácio do Planalto, Lula criticou, duramente, o desempenho de sua equipe frente aos atos de vandalismo que resultaram na depredação da sede do Executivo federal e também dos prédios do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal).

 

Enquanto acompanhava a evolução dos ataques por meio de publicações nas redes sociais, Lula se queixou, especialmente, de Múcio e do ministro-chefe do GSI (Gabinete da Segurança Institucional), general Gonçalves Dias —aos quais telefonou, em tom de cobrança, já no início das invasões.

 

Segundo seus aliados, Lula reclama que Múcio tenha subestimado ameaças à segurança, apostando na saída gradual dos bolsonaristas acampados diante do quartel do Exército em vez de determinar sua retirada, como, por fim, aconteceu nesta segunda-feira (9).

 

De acordo com relatos desses interlocutores, o presidente avalia ainda que faltou firmeza a Múcio na relação com os comandantes das Forças Armadas e que o ministro não teria exercido sobre eles qualquer influência.

 

A cúpula do PT também passou a torcer, nos bastidores, para que o ministro da Defesa pedisse para deixar o cargo espontaneamente, citando desgaste pessoal ou apelo de familiares.

 

Seria uma saída honrosa para ele, que pouparia Lula da tarefa de demitir um aliado antigo com poucos dias de governo.

 

A aliados, contudo, Múcio admitia a pressão, mas disse nesta semana que é o momento de pessoas responsáveis se juntarem para ajudar o governo.

 

Durante o café da manhã com jornalistas, o presidente também disse que descartou GLO (Garantia de Lei e da Ordem), sugerida no domingo a ele por Múcio, porque senão seria um "golpe".

 

"Se eu tivesse feito GLO, eu teria assumido a responsabilidade de abandonar a minha responsabilidade. Aí sim estaria acontecendo o golpe que as pessoas queriam. O Lula deixa de ser governo para que algum general assuma. Quem quiser assumir o governo que dispute uma eleição e ganhe", afirmou.

 

O presidente responsabilizou ainda a Polícia Militar do Distrito Federal pelos atos de domingo, dizendo que paga o salário deles e que eles não cumpriram sua função.

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