PERU: Crise se agrava, pressão política aumenta e país entra em ebulição

Cresce pressão política para a renúncia da presidente Dina Boluarte, no poder desde o autogolpe fracassado de Castillo. Governadores andinos pedem fim do governo. Embaixador em Brasília defende diálogo, no marco do Estado de Direito

PERU: Crise se agrava, pressão política aumenta e país entra em ebulição

Foto: Diego Ramos/AFP

Sem sinais de arrefecimento, a crise peruana intensificou a pressão pela saída da presidente Dina Boluarte, que assumiu depois que o esquerdista Pedro Castillo tentou um autogolpe e foi preso. A congressista Kelly Portalatino apresentou uma denúncia constitucional contra todo o gabinete ministerial de Boluarte pelos crimes de homicídio e lesões graves contra cidadãos da região de Puno. De acordo com o jornal La Republica, o documento se baseia no artigo 1º da Constituição, o qual estabelece "a defesa da pessoa humana e o respeito à sua dignidade, que são o fim supremo da sociedade e do Estado".

 

No 10º dia consecutivo de protestos, Arequipa — a segunda maior cidade — está praticamente isolada das vizinhas Cusco e Puno. No fim da tarde, 85 pontos de bloqueio afetavam nove áreas do país. Ao todo, 16 rodovias nacionais estavam paralisadas. A maior concentração de piquetes era na região andina, ao sul.
 
 
Em pouco mais de um mês, 42 peruanos foram mortos durante choques entre manifestantes e forças de segurança — incluindo um policial que foi queimado vivo. Os confrontos deixaram também 531 feridos, sendo 355 civis e 176 policiais. Além da denúncia constitucional feita por Portalatino, governadores das regiões mais atingidas pela convulsão social e várias associações profissionais aderiram aos clamores pela renúncia de Boluarte.
 
 
"Quantos mortos mais vão custar a permanência de Boluarte na presidência? Devemos nos perguntar isso, todos os peruanos, de esquerda ou direita. Nenhum cargo pode estar acima da vida humana", desabafou Richard Hancco, governador de Puno. O Ministério Público investiga se Boluarte cometeu crime de genocídio.
 
 
Ao Correio, Rómulo Acurio, embaixador do Peru no Brasil (leia Três perguntas para), lembrou que, por iniciativa do governo, o Congresso aprovou, em primeira votação, a redução do mandato presidencial e a antecipação das eleições para abril de 2024. "Consequentemente, o governo de Boluarte tem caráter transitório até a eleição de novo parlamento e do presidente".
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