Um levantamento divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), revela um dado histórico: a maior parte dos jovens que cresceram em famílias beneficiárias do Bolsa Família conseguiu romper o ciclo da pobreza e deixar de depender do programa.
A pesquisa “Filhos do Bolsa Família: uma análise da última década do programa” mostra que, entre os adolescentes atendidos em 2014, sete em cada dez não precisam mais do auxílio em 2025. Considerando todos os beneficiários daquele ano, o índice de emancipação chega a 60,68%.
Os resultados são ainda mais expressivos entre os mais velhos:
• 71,25% dos jovens que tinham entre 15 e 17 anos em 2014 superaram, em 2025, o patamar de renda que os mantinha no programa.
• Entre os que tinham de 11 a 14 anos, 68,8% romperam o ciclo da pobreza.
Nas faixas etárias mais novas, o movimento também existe, mas em menor intensidade:
• 41,3% das crianças de até 5 anos deixaram o programa.
• 55,2% das crianças de 6 a 10 anos tiveram aumento de renda familiar suficiente para sair do Bolsa Família.
Para o ministro Wellington Dias, o principal motor dessa transformação é a frequência escolar, que ao longo dos anos altera padrões de renda, qualificação e oportunidades.
“Mais de 70% dos jovens que eram beneficiários entre 15 e 17 anos em 2014 ascendem quando chegam aos 20, 25 anos. Principalmente por causa dos estudos”, destacou o ministro durante a apresentação do estudo, no Rio de Janeiro.
Os dados reforçam que o Bolsa Família, além de garantir proteção social imediata, tem impacto estrutural e de longo prazo, contribuindo para mudanças reais em trajetórias familiares e na mobilidade social no Brasil.