Tensão

O mundo em outubro de 1962, em plena guerra fria, tinha de um lado os Estados Unidos e de outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas que rivalizavam entre si para saber quem dominaria o planeta. E foi nesse período que eclodiu o evento conhecido como a Crise dos Misseis de Cuba, motivado pela instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba. Ou seja, na frente dos Estados Unidos. Foram 13 dias de tensão máxima entre as duas superpotências e a Terra viveu sob a ameaça de uma guerra nuclear. Uma das diferenças entre aquela época e o atual momento da humanidade em relação à essa guerra entre Israel, Irã e Estados Unidos que, dizem, acabou, talvez tenha sido o nível de quem estava no comando da nação com maior poderio bélico do mundo. Em 1962, o presidente americano era John Kennedy, que tinha inteligência, empatia, humildade, era informado sobre o mundo e sabia usar as palavras para a boa diplomacia. Não era santo! Do lado dos soviéticos, havia Nikita Kruschev, um homem considerado por muitos como rude, grosseiro e que tinha o hábito de interromper falas e humilhar os líderes de outros países. No entanto, Kennedy e Kruschev conseguiram sentar civilizadamente e contornar a crise. Ainda bem!
Novamente 1962
Nos dias atuais, o americano Donald Trump bombardeou o Irã, em apoio a Israel, para destruir, alegou e sem consentimento do Congresso estadunidense, que havia uma fábrica de armas nucleares. Porém, o próprio serviço de inteligência americano disse que não haviam essas armas no Irã. No fim, foi lá, jogou bombas e disse que o conflito entre Irã e Israel tinha terminado. Mas, mesmo depois dessa afirmação, os dois países continuaram a se atacar e Trump foi obrigado a falar mais altos com ambos. Foi como aquele mais forte da turma de meninos que grita com os outros para pararem de brigar, do contrário, os dois apanham. Desde 1962, que o mundo não via esse nível apreensão, afinal bomba atômica não é pólvora. Para completar, a Rússia disse que estava pronta para ajudar o Irã. Aí, a conversa mudou de tom e Trump deve ter pensado várias vezes se valeria à pena medir forças com os russos. Isso mostra que podem chamá-lo de tudo, menos de doido!
É Mole

O atual Congresso Nacional nunca teve pudores e a maioria dos parlamentares que pertence ao Centrão, que são os partidos de direita e extrema direita, mostraram para Lula que, ou o Executivo entrega o orçamento, digo emendas, de vez, para os deputados e senadores ou vai sofrer derrotas atrás de derrotas. Um exemplo, foi a revogação do decreto presidencial que aumentava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), na Câmara dos Deputados, na quarta-feira(25). Foram 383 votos contra o governo e 98 a favor. Uma derrota para o Executivo repensar a relação com o Legislativo, já que partidos da base e que tem ministérios foram contra o Governo Federal. Nesse show de punhaladas traiçoeiras estão o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota(Republicanos)-foto, e do senado Davi Alcolumbre(União Brasil)-foto, que colocaram o projeto para votar antes de terminadas as negociações entre parlamentares e governo. Mas foi uma derrota acachapante e que a relação entre o governo Lula e Congresso Nacional saiu bastante arranhada, para não dizer amassada.
Meu pirão primeiro

Porém, sempre tem um, porém, esse mesmo parlamento que cobra austeridade e aperto nos gastos do Governo Federal, apresentou um projeto de lei que extingue a proibição do acúmulo de aposentadoria como parlamentar com o salário de cargo eletivo federal. A matéria, protocolada na terça-feira (10), é assinada pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e pelos representantes do PL, PP, União Brasil, PT e PSD na Mesa Diretora. A Lei 9.506, de 1997, que criou o atual regime de previdência dos deputados e senadores, diz que o parlamentar federal que tiver direito ao benefício da aposentadoria não poderá receber o pagamento enquanto estiver no mandato de deputado, senador ou outro cargo eletivo. Caso o projeto seja aprovado, ele permitirá que deputados e senadores - participantes do Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC) - acumulem a aposentadoria, que é proporcional com o tempo de contribuição, com o salário de R$ 46.366,19, pago atualmente. Além disso, ainda tem a “gratificação natalina” para os integrantes do PSSC a ser paga com base nos valores recebidos pelos parlamentares em dezembro. Veja na tabela o quanto ganhava um deputado federal em 2018.
Mais Deputados
Como se não bastasse, os senadores ainda aprovaram também na quarta-feira (25), o aumento de número de deputados federais, de 513 para 531 parlamentares. O texto vai para análise da Câmara dos Deputados e as mudanças valeram após a eleição de 2026. Agora, qual o custo desse aumento de parlamentares aos bolsos dos contribuintes? Os autores da ideia dizem que será zero para o Câmara dos Deputados, pois já estará no orçamento da Casa de Leis. Já os críticos, calculam que o aumento de gastos será de R$ 150 milhões por ano. Outra consequência desse projeto, é que esse aumento do número de deputados federais poderá ter efeito cascata nas Assembleias Legislativas do país. E, no final ainda dizem que são os gastos sociais, com programas como o bolsa-família ou pé-de-meia, que quebram o país. Você acha que esse Congresso Nacional está preocupado com os brasileiros? Qual a sua opinião eleitor?
Rivalidade no CPA
E na terrinha o caldo entornou de vez na relação entre o governador Marcos Rocha e o vice, Sérgio Gonçalves. Depois que voltou da viagem a Israel, o governador tem feito um tour nos programas de tvs e rádios tentando mostrar normalidade no comando do CPA e justificar que a ida ao país que odeia os palestinos foi necessária para conhecer e trazer o desenvolvimento israelense para as terras de Rondon. Mas a realidade parece querer desmenti-lo. Um dos sinais é que o vice ingressou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça local, contra a Assembleia Legislativa que aprovou uma Emenda Constitucional que permite ao governador Marcos Rocha comandar o Estado remotamente, impedindo o vice de assumir. Essa emenda já está sendo chamada de emenda do ‘Governo EAD’. Essa rivalidade entre os dois, ao que tudo indica, ainda vai render muito nas páginas políticas de Rondônia. Torçamos para que não chegue às páginas policiais!
Perigo em Rondônia

Por falar em polícia, ser mulher em Rondônia é algo muito perigoso. Aliás, o Brasil é perigoso para o sexo feminino. Mas, como estamos aqui, vamos aos absurdos rondonienses. Segundo Rosimar Francelino, da Rede Lilás que atua com a proteção e o acolhimento de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, de janeiro a junho desse ano, ocorreram 22 mortes de mulheres de forma violenta. Desses, disse, 10 foram classificados como homicídios, 11 como feminicídio e 1 não teve classificação. Para piorar ainda mais a situação, lamentou Rosimar, Rondônia ocupa a primeira posição nacional em número de estupros. Segundo o Relatório Mapa da Segurança Pública 2025, no ano passado, 1459 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, uma média de 4 mortes violentas por dia. Rosimar observa que existe um descaso em Rondônia em relação à essa situação de violência contra mulheres. Ela cita como exemplo, o fato de há 14 anos não se constrói uma Delegacia da Mulher no Estado e nem existe uma delegacia 24 horas para atender, exclusivamente, as vítimas de desse tipo de crime.
Elas
“O que temos é uma Central de Ocorrências, onde vítima e acusado se encontram. Também não existe uma valorização dos profissionais psicossociais. Hoje, a Sesdec paga uma diária para os voluntários que vão na Central de Polícia, é uma ajuda de custo de R$ 60,00. Uma esperança é o Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Ministério Público que estão colocando nos orçamentos a questão da violência contra a mulher. E a Casa da Mulher Brasileira que não saí. Tem recurso empenhado do Governo Federal, de R$ 953 mil, como sinal, para a prefeitura começar a licitação. O plano seria na avenida Imigrantes, perto da feira, e agora querem mudar para a avenida Guaporé, que vai ter que mexer em todo o projeto. No interior está ainda pior que Porto Velho. Temos 52 municípios e apenas 7 tem Delegacias da Mulher”, desabafou Rosimar(foto).
Votação
A escritora rondoniense Cleide Blackman está na disputa pelo Prêmio Nacional de Afroliteratura Infantojuvenil Erê Dendê, com o livro infantojuvenil intitulado ‘Do mar do Caribe à beira do Madeira: a travessia de uma família de Barbados para o Brasil’. A votação está aberta e vai até o dia 06 de julho de 2025. Cleide está entre as finalistas com chances de trazer essa premiação para Rondônia, vamos participar votando no
link.
Raio X
E saiu na última semana, o relatório ‘Agrogolpista: quem são os 142 fazendeiros e empresários do agronegócio que financiaram a tentativa de golpe no Brasil’. O trabalho é fruto de quatro meses de investigações, e foi feito pelo observatório online ‘De Olho nos Ruralistas’. O levantamento apurou a atuação econômica de 1.452 pessoas físicas e jurídicas investigadas por participação, direta ou indireta, nos atos golpistas ocorridos entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. Nesse raio X, em que estão no centro das apurações o ex-presidente Jair Bolsonaro e companhia, constam nomes de rondonienses.
Veja aqui!
Orgulho
Um motivo de orgulho para Rondônia, é o ultramaratonista Manuel Alves Barbosa, que venceu em Minas Gerais, uma das provas mais difíceis desse esporte. Ele concorreu com atletas de várias partes do Brasil e trouxe o troféu para o nosso Estado. Parabéns, Manuel!
Imitação
Outra ideia que tem tudo para vingar em Rondônia. A Câmara Municipal de Curitiba, no Paraná, está com um projeto para ser votado, onde pretende dar à uma escola o nome de Olavo de Carvalho. Ele foi escritor e um dos ‘pensadores’ da extrema direita no Brasil, onde os cursos de filosofia dele serviram para formar uma geração de brasileiros que acreditam nas ideias radicais e fora do mundo real que ele disseminava. Uma boa parte do movimento bolsonarista teve ele como inspiração. Vão vendo!
Pagode na EFMM
E a polêmica está criada em Porto Velho. Se tudo correr como o que está sendo anunciado, o Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, abrigará uma roda de pagode no dia 12 de julho. Os organizadores estão dizendo que haverá um palco 360°, bares e tudo mais. Mas já tem muita gente que não está nada contente com esse tipo de festa em um local histórico e onde a cidade começou. Qual a sua opinião, leitor?