ABATE DE BÚFALOS SELVAGENS: Operação federal deve conter avanço de espécie invasora em Rondônia

O ICMBio conduz uma pesquisa piloto que prevê o abate de cerca de 500 animais, equivalente a 10% do rebanho estimado

ABATE DE BÚFALOS SELVAGENS: Operação federal deve conter avanço de espécie invasora em Rondônia

Foto: Divulgação

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Um antigo problema ambiental no vale do Guaporé, em Rondônia, gerou Ação Civil Pública do Ministério Público Federal que busca alternativa para o controle e erradicação dos búfalos selvagens. Os animais de grande porte não pertencem ao ambiente amazônico e, sem predadores naturais, vem se multiplicando e causando sérios impactos ao meio natural. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Governo de Rondônia são partes na ação para resolver o problema.

 

O tema é discutido em Ação Civil Pública do Ministério Público Federal. A Justiça determinou que o ICMBio e o governo de Rondônia apresentem, em curto tempo, um plano técnico de controle e erradicação, com cronograma, custos e definição do destino das carcaças. O MPF pede ainda indenização de R$ 20 milhões por danos morais coletivos, O valor será destinado ao reflorestamento das áreas degradadas pelos búfalos no Vale do Guaporé.

 

A proposta está definida e apresentada. O ICMBio conduz uma pesquisa piloto que prevê o abate de cerca de 500 animais, equivalente a 10% do rebanho estimado em mais de 5 mil indivíduos bubalinos. A medida a ser testada busca conter um dos problemas ambientais mais graves registrados recentemente na Amazônia rondoniense. Se essa ação teste der resultados, o modelo será aplicado para erradicação da espécie.

 

Área estratégica

 

O teste ocorre em trechos da Reserva Biológica Guaporé, da Reserva Extrativista Pedras Negras e da Reserva de Fauna Pau D’Óleo. A região reúne três biomas: Amazônia, Pantanal e Cerrado e é considerada uma das áreas mais sensíveis do país.

 

Projeções do ICMBio indicam que, sem intervenção, a população de búfalos pode chegar a 50 mil animais em cinco anos. “É um ambiente único, com espécies endêmicas. A presença do búfalo pode levar várias delas à extinção”, afirma o analista ambiental Wilhan Cândido.

 

Como será o abate teste 

 

De acordo com técnicos, o abate controlado tornou-se a única alternativa viável. A área é remota, não há estrutura para retirada dos animais vivos e a carne, sem rastreabilidade, não pode ser destinada ao consumo. “Ou protegemos as espécies nativas ameaçadas, ou ficaremos apenas com a espécie invasora”, resume Cândido.

 

A pesquisa envolve três frentes: o ICMBio coordena a logística e monitoramento; a Universidade Federal de Rondônia analisa a sanidade dos animais; e uma empresa especializada executa o abate técnico. Amostras de água são coletadas antes e depois da operação, e câmeras acompanham a interação da fauna com as carcaças deixadas no local.

 

Impactos comprovados

 

Os búfalos, que podem ultrapassar meia tonelada, compactam o solo, destroem vegetação e criam trilhas que alteram o curso da água. De acordo com análises, o cervo-do-pantanal vem perdendo espaço e sendo empurrado para áreas menores. Buritizais transformaram-se em “cemitérios de buritis”, e um incêndio em 2024 chegou a queimar o solo fato incomum nesse ambiente o que também comprava impacto gerados pelos búfalos.

 

Outro problema observado é que a presença dos animais também atrai caçadores, que acabam abatendo espécies nativas, ampliando o impacto sobre a fauna.

 

Proposta anterior  

 

Em 2015, o Governo de Rondônia divulgou um relatório técnico que apontava a necessidade de erradicação dos animais. O Plano de Manejo de Búfalos no Vale do Guaporé, elaborado por 28 técnicos de 13 instituições dos governos estadual e Federal, apontava impacto significativo sobre o ecossistema da região causado pelos enormes animais. O plano não avançou porque os animais vivem em áreas de conservação de domínio da União e dependia de autorizações para a execução.

 

Introduzidos no estado em 1953, para projetos de produção de carne e leite, os búfalos foram abandonados após o fracasso da iniciativa. Sem predadores naturais e fora de controle sanitário, os animais se espalharam pelas unidades de conservação e passaram a competir com espécies nativas.

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