VILHENA: Mulher disse na delegacia que ia a protesto na BR-364 apenas para comer

O Folha do Sul Online teve acesso aos depoimentos de dois dos quatro indígenas presos pela PRF em Vilhena, acusados de bloquear a BR 364 e incitar atos de violência como protesto contra o resultado da eleição presidencial. Ambos continuam presos, junto com outros dois membros de etnia sabanê e dois “brancos” que respondem pelas mesmas acusações.

 

O indígena de 20 anos foi preso após ser flagrado pela PRF no local da manifestação e fugir de carro, mesmo sem possuir CNH. Na Delegacia da Polícia Federal, o jovem disse em depoimento que participa dos protestos porque a eleição presidencial vencida pelo petista Lula foi “fraudada”.

 

Segundo apurou o site, o acusado tem uma filha de 02 meses, uma enteada de 05 anos e ganha R$ 1.500,00 fazendo diárias na cidade, embora também trabalhe na Terra indígena onde vive seu povo.

 

O indígena contou que já viajou para Brasília, onde participou de manifestações sem gastar nada, mas não revelou quem bancou a viagem. Ele também admitiu que não possui título de eleitor.

 

Além do rapaz, acusado de atacar com um bastão de madeira e ferir na cabeça uma pessoa que furou o bloqueio na rodovia, a mãe dele, que tem 46 anos, é “branca” e casada há 28 anos com um indígena sabanê, também foi presa pela PRF.

 

Em seu depoimento, a acusada conta que já votou em eleições, porém há muitos anos não comparece às urnas. Ela disse que não participa dos protestos, mas admitiu que ia às manifestações em Vilhena “apenas para comer”.