O senador Acir Gurgacz garante que o apoio de seu partido, o PDT, à presidenta Dilma, não está condicionado a cargos no governo. Então quem indicou Carlos Lupi para o Ministério do Trabalho e deu-lhe sustentação até ele ser apeado do posto em meio a denúncias de corrupção? Foi o PMDB, o PSDB, o PSB, o PC do B ou o PDT?
Semana passada, senadores e deputados do PMDB se rebelaram. Reclamam “mais espaço” no governo. No jargão da politicagem, “mais espaço” significa liberação de verbas orçamentárias e, principalmente, de cargos, para acomodação de cabos eleitorais e apaniguados políticos.
Há pouco, o PR anunciou a sua saída da base aliada. Desde a degola de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, acusado de superfaturamento de obras e recebimento de propina, que a cúpula do partido andava às turras com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por nacos de poder.
Em fevereiro desde ano, Marcelo Crivela (PRB-RJ) deixou o Senado e assumiu o insípido Ministério da Pesca, no lugar do deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ). O partido também reclamava “mais espaço” no governo.
Nessa luta desenfreada pelo poder e mando, a equação entre o espírito de autoridade e o respeito popular começa a fraquejar, colocando em risco as instituições, que não podem existir, quando separadas do respeito da sociedade.
É pela falta de dignidade de atitude de certos políticos e autoridades públicas, que a população não mais os respeita. O homem público precisa ter força moral indiscutível para que os seus atos tenham legitimidade aos olhos da sociedade.
O bem-estar social precisa está acima do fisiologismo. Sem isso, fica difícil traçar uma linha divisória entre o legítimo e o falso, entre a verdade e a mentira.
Nos países sérios, os partidos se unem em torno de objetivos comuns, e não de privilégios pessoais ou de grupelhos. No Brasil, infelizmente, ainda prevalece o mais descarado e asqueroso fisiologismo. Será que o PDT é o único partido brasileiro que ainda não foi contaminado pelo vírus do “é dando que se recebe”?