Cinema Policial brasileiro nos anos 1970 - por Humberto Oliveira

Cinema Policial brasileiro nos anos 1970 - por Humberto Oliveira

Foto: Divulgação

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A década de 1970, a produção cinematográfica nacional foi pródiga na realização de longas metragens com temática policial. No caso de "Eu matei Lucio Flávio" e "República de assassinos", que surgiram no rastro do sucesso de "Lucio Flávio, o passageiro da agonia", de Hector Babenco, foram lançados com a pretensão de faturar com o gênero em alta, à época. 
 
"Eu matei Lucio Flávio", dirigido por Antônio Calmon, com roteiro de Leopoldo Serran e estrelado por Jece Valadão, no papel baseado na vida do "policial" Mariel Mariscöt, famoso como um dos "homens de ouro" da polícia dos anos 1970. 
 
Paulo Ramos interpreta Lucio Flávio, que neste longa de 1979, é apenas um coadjuvante. Valadão, produtor do filme, espertamente quis capitalizar em cima da história já contada por Hector Babenco no clássico "Lucio Flávio, passageiro da agonia", lançado dois anos antes. 
 
O enredo de Serran tem como principais enfoques a trajetória de Mariel junto ao chamado "esquadrão da morte" e seus inúmeros casos amorosos. Valadão comprova seu talento para viver personagens à margem, como o bicheiro Boca de Ouro, da peça de Nelson Rodrigues levada ao cinema por Nelson Pereira dos Santos. 
 
Vale destacar a presença do pau para toda obra do cinema nacional da época. Anselmo Vasconcelos, que atuou em dezenas de produções do gênero, dentre elas, "República de Assassinos", protagonizado por Tarcísio Meira.
 
 
"República dos Assassinos", de Miguel Faria Júnior, realizado em 1979, conta de maneira disfarçada, mas não muito, a história do policial Mariel Moriscot, neste longa chamado Mateus Romeiro interpretado por ninguém menos que Tarcísio Meira, em atuação canastra, mas que dá conta do recado. 
 
Ainda no elenco Milton Morais, Paulo Vilaça, Rogério Fróes, Anselmo Vasconcelos, Tonico Pereira, José Lewgoy, Silvia Bandeira, Sandra Brea, Wilson Grey, Ítalo Rossi e tantos outros. A trilha sonora tem composições de Chico Buarque - "Não sonho mais" e "Sob medida" e a participação especial de Elba Ramalho, em começo de carreira fazendo uma mendiga. 
 
Típica produção nacional do gênero que proliferou nos anos 1970, com grande aceitação do público. Sem arroubos criativos, o filme cumpre bem seu objetivo, ou seja, contar uma história policial com violência moderada e algumas cenas de sexo. "República dos Assassinos" foi filmado no mesmo ano de outro exemplar do gênero "Eu matei Lucio Flávio", de Antônio Calmon, que guardadas as devidas proporções, é mais contundente.
 
Quase 50 anos depois das estreias nos cinemas brasileiros, em comparação à atualidade, causa espanto constatarmos que a situação não mudou, na verdade piorou com o aumento da criminalidade, da violência, com o surgimento do crime organizado, das facções criminosas, milícias, corrupção e por aí vai. A história adora se repetir. Basta citar como exemplos produções importantes - Cidade de Deus, Tropa de elite 1 e 2 e séries televisivas de sucesso - Arcanjo renegado, Impuros, Cangaço novo, DNA do crime, A Divisão e outras.
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