Ex-Controlador da Brasil Telecom também é indiciado por formação de quadrilha

Da Redação

14 de Abril de 2007 às 14:54

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Ex-Controlador da Brasil Telecom também é indiciado por formação de quadrilha

Foto: Divulgação

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* A Polícia Federal no Rio de Janeiro indiciou ontem o banqueiro Daniel Dantas pelos mesmos crimes da presidente da Brasil Telecom, Carla Cico: formação de quadrilha, corrupção ativa e divulgação de segredo.

* Dantas prestou depoimento ontem na Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, e saiu sem falar com a imprensa.

* O banqueiro Daniel Dantas é dono do Opportunity, que até terça-feira era o controlador da Brasil Telecom, operadora de telefonia fixa que atende os Estados do centro-sul do País.

* A Brasil Telecom foi criada em 1998, quando o governo FHC fatiou a Telebrás e vendeu a estatal para grupos privados por meio de leilões.

* Kroll

* Cico e Dantas são suspeitos pela contratação dos serviços da Kroll para investigar a Telecom Itália, empresa que disputa com o Opportunity o controle da Brasil Telecom. Devido às denúncias de espionagem, a PF começou a investigar a responsabilidade da Kroll Associates e dos executivos da Brasil Telecom em possíveis ações ilegais.

* A investigação da Kroll, no entanto, teria atingido funcionários do primeiro escalão do governo, como o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb.

* A Kroll teve acesso a e-mails do ministro antes de ele assumir a pasta. Já Casseb foi monitorado antes e depois de assumir o cargo.

* Outro lado

* Após o depoimento de Dantas, seu advogado, Nélio Machado, afirmou que vai aguardar o relatório da PF para definir a estratégia da defesa. "O indiciamento formal era esperado. Ocorreu, mas isso não quer dizer absolutamente nada".

* Assim como já havia dito na segunda-feira, quando Cico foi indiciada, Machado voltou a fazer críticas à condução das investigações e disse que "há inconsistência absoluta em relação à apuração".

* Mudanças na Brasil Telecom

* As mudanças na diretoria da Brasil Telecom, da Telemig Celular e da Amazônia Celular poderão levar até quatro meses apesar do aval dado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a destituição do Opportunity como gestor dos investimentos do Citigroup nessas teles. Enquanto isso, Carla Cicco, indiciada na última segunda-feira pela Polícia Federal por três crimes, deve continuar na presidência da Brasil Telecom.

*A expectativa é do diretor da Angra Partners (que reúne a participação nas teles de fundos como Previ e Petros), Alberto Güth. A Angra Partners irá substituir o Opportunity na administração do fundo nacional do Citigroup que controla as teles.

* As primeiras mudanças no topo da cadeia de controle das teles deverão acontecer no prazo de aproximadamente 23 dias após a suspensão da liminar, segundo disse o executivo.

* Isso porque o trâmite legal prevê um prazo de até oito dias, a contar do pedido formal do novo gestor, para que os atuais conselhos de administração dos controladores convoquem uma assembléia geral extraordinária que deve ocorrer 15 dias após a convocação. Se esses conselhos não chamarem a assembléia, o próprio acionista pode fazê-lo.

* Como o controle dessas operadoras envolve um emaranhado de empresas, a situação não deverá ser resolvida rapidamente. Ao todo, cerca de 90 cargos nessa cadeia são ocupados hoje por indicados do Opportunity, que serão substituídos por representantes da Angra Partners e do próprio Citigroup. Güth explicou que, como são cargos em conselhos de administração, uma mesma pessoa deve ocupar vários postos. No caso das diretorias das operadoras, no entanto, a indicação será de executivos do mercado.

*Segundo ele, a Angra Partners deverá aguardar o desfecho do processo na Justiça para iniciar as mudanças, já que a BrT obteve uma liminar para suspender os efeitos no Brasil da decisão da Justiça norte-americana que autorizava a destituição. "Não vamos fazer o pedido hoje. Ainda vamos conversar sobre a liminar", disse Güth.

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