Enquanto boa parte do mundo associa o sistema bancário ao de cobrança de juros, o universo das finanças islâmicas segue um caminho oposto e bem-sucedido. Baseado em princípios religiosos que proíbem o Riba (juros), o modelo muçulmano construiu, ao longo dos séculos, uma forma de gerar riqueza real, comércio e prosperidade, sem recorrer à especulação financeira.
Nas finanças islâmicas, o dinheiro não gera mais dinheiro: ele deve estar atrelado a ativos reais, como imóveis, mercadorias ou investimentos produtivos. O lucro vem da atividade econômica, e não da dívida.
Em vez de contratos que perpetuam a desigualdade, o sistema promove o compartilhamento de lucros e prejuízos, incentivando a responsabilidade mútua e a confiança entre as partes.
No caso da compra de uma casa, por exemplo, o banco islâmico adquire o imóvel e o revende ao cliente com margem de lucro previamente acordada sem juros.
Em investimentos, os retornos são divididos conforme o desempenho real do negócio.
O resultado é um modelo que, mais do que uma alternativa financeira, representa uma visão ética da economia, baseada em transparência, equidade e propósito social.
Hoje, o sistema bancário islâmico movimenta trilhões de dólares em ativos em países como Arábia Saudita, Malásia e Emirados Árabes Unidos e desperta interesse crescente em economias ocidentais, que veem nele um exemplo de crescimento sustentável sem exploração.