Evento iniciou nesta segunda,14 e se estende até o dia 20 de julho
Foto: Divulgação
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Neste ano, o tema do 22ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (Cinemato) é Decolonizando a Amazônia ─ uma homenagem ao cineasta Silvino Santos, conhecido como o “cineasta da selva”, por sua contribuição pioneira ao registro audiovisual da Amazônia no século 20.
Realizado por ele na década de 1920, o filme Amazonas, o maior rio do mundo abriu o festival.
Foram selecionados 21 filmes, seis longas e 15 curtas nacionais, para concorrer ao Troféu Coxiponé. A premiação foi inspirada na etnia bororo, que habitava as margens do Rio Coxipó e é símbolo da resistência cultural em Mato Grosso. Entre os critérios adotados pela curadoria do evento, estão diversidade estética e narrativa, protagonismo de grupos historicamente invisibilizados e conexões com o tema da Amazônia decolonial.
Os longas da mostra competitiva são:
• Mawé, de Jimmy Christian (AM), ficção que narra o conflito de uma jovem indígena entre os rituais de sua aldeia e a vida urbana;
• Pedra Vermelha, de Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt (SC), documentário que acompanha comunidades impactadas por megaprojetos no Sul do país;
• Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta, de Marco Altberg e Tainá de Luccas (RJ), que mergulha no pensamento cosmológico yanomami;
• O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG), um ensaio sensorial sobre luto e meio ambiente;
• Concerto de Quintal, de Juraci Júnior (RO), que transforma a música em instrumento de resistência e pertencimento;
• Serra das Almas, de Lírio Ferreira (PE), que revisita a poética sertaneja em uma obra de ficção.
Para o diretor do Cinemato, Luis Borges, o recorte escolhido este ano é de extrema importância: “O tema deste ano, na verdade, não tem como propósito apenas cineastas ou filmes realizados na Amazônia. É trazer filmes que promovam uma desconstrução desse olhar eurocêntrico que a gente tem sobre o nosso país, sobre os sujeitos desse país”.
Entre os mais de 60 filmes de 19 estados brasileiros que serão exibidos no festival, estão obras que dialogam com questões climáticas, como o mineiro O Silêncio das Ostras, sobre a ruptura da barragem em Brumadinho, em 2019.
Para Luis Borges, os festivais de cinema são as vitrines dos filmes que não ganham distribuição nos cinemas, e o Cinemato traz também a importância de capacitar profissionais para atuar na área de cinema em Mato Grosso.
Para o diretor, o Cinemato cumpre um papel importante como vitrine e tela para o cinema nacional, visto que, mesmo com a cota de tela e leis que foram criadas para proteção do setor, ainda não há fiscalização na região. Por meio do festival, o cinema brasileiro encontra seu público em Mato Grosso.
Fonte: Agência Brasil
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!