Entre os dias 17 e 21 a Funarte em parceria com o governo estadual através da Secel, realizou na Casa de Cultura Ivan Marrocos o “Circuito Funarte de Oficinas de Dança”, de acordo com o coordenador Fabiano Carneiro as Oficinas são desenvolvidas dentro de uma carga horária de 15 horas, ou seja, 3 horas por dia durante 5 dias. O Circuito chega a Porto Velho graças ao Prêmio Klauss Vianna que premiou por dois anos consecutivos o Grupo Wak´uma de Dança dirigido pelo Paulinho Rodrigues. “Foi através do Cia do Paulinho Rodrigues que a Funarte tomou a decisão de mapear os estados da Região Norte”. Participaram das oficinas as técnicas; Dudude Herrmann com dança/criação e improvisação – Paola Rettore, Dança: momentos atuais, pensamentos e vagabundagens e Andrea Maciel O objetivo do curso é oferecer aos alunos vias de acesso a princípios e mecanismos de movimentos dançados que podem ser aplicados de diversas maneiras na criação cênica, bem como, promover um aprimoramento do olhar e do senso estético. Para surpresa de todos a freqüência foi acima do esperado, mais de 50 pessoas se inscreveram e participaram das aulas que foram ministradas pela manhã, tarde e a noite. “Estamos deveras impressionados de como a dança reúne tantas pessoas aqui em Porto Velho”.
Nesses últimos dias do ano a Funarte vem dando atenção especial a Porto Velho recentemente os artistas plásticos participaram de oficinas e palestras com o renomado artista em artes visuais Marcelo Gandy e agora para encerrar o ano com chave de ouro, O Circuito Oficinas Funarte de Dança. Para esclarecer melhor de como os municípios do interior de Rondônia podem pleitear a presença dos técnicos da Funarte, conversamos com o Coordenador de Dança da entidade Fabiano Carneiro.
ENTREVISTA
Zk – Como aconteceram as oficinas de Dança da Funarte em Porto Velho?
Fabiano – Estamos estabelecendo pela primeira vez um evento inédito o Circuito de Oficinas de Dança Funarte na Região Norte. O Projeto consiste no mapeamento e a conexão das pessoas envolvidas com dança; estudiosos, alunos, pessoas que tem uma ligação com a dança, a partir dessa ação, nossa iniciativa seria trazer novas oficinas, saber o que, que se passa na Região em nível de dança nas mais variadas idades e fazer com que, essas pessoas, tenham contato com a dança contemporânea dos professores que vieram pra cá, que são professores altamente qualificados, que tem uma bagagem muito grande e tem uma troca de informações, podermos também levar pro Rio de Janeiro e São Paulo a Dança que é desenvolvida aqui na Região.
Zk – Qual a exigência para a pessoa participar das oficinas? Fabiano – A participação nas oficinas exige que as pessoas já tenham alguma ligação com a dança, estudiosos, pensadores, etc. São três oficinas na verdade, duas oficinas práticas com as professoras Andrea Maciel e professora Dudude Herrmann e uma oficina teórica com a professora Paola Rettore. A Dudude e a Paola São de Minas Gerais e a Andrea do Rio de Janeiro. Essas oficinas são para pessoas que tenham tido algum contato com a dança, as oficinas são gratuitas e aconteceram nos três turnos, manhã, tarde e noite, na Casa de Cultura Ivan Marrocos.
Zk – Qual o critério usado pela Funarte para eleger uma cidade para receber as oficinas. O governo estadual solicita ou a Funarte é quem decide. Como funciona?
Fabiano – Fizemos um mapeamento da Região Norte e através do prêmio Klauss Vianna onde tivemos um grupo que foi a Cia de Dança Wak`umã que ganhou o prêmio aqui na Região, vimos também que a Região Norte tinha uma carência muito grande com relação aos projetos de dança no Prêmio Klauss Vianna. Algumas Regiões que não tiveram nenhum projeto inscrito e outras regiões cujos projetos, foram desclassificados na primeira fase. Foi então que sentimos a necessidade de voltarmos nosso olhar para a região Norte, especialmente para as capitais. Concentrar as oficinas nas capitais num primeiro momento e depois de ter feito o mapeamento, saber no interior como é que é o movimento de dança, enfim saber como a coisa se estabelece.
Zk – Sabemos que para a pessoa participar tem que ter uma iniciação na dança. Agora, no final das oficinas essas pessoas estarão aptas a participar de um espetáculo de dança?
Fabiano – Na verdade, acho que o pensamento, é um pouco mais além. É fazer com que elas tenham contato com um outro tipo de linguagem, uma linguagem contemporânea que é desenvolvida nas grandes cidades, além de tudo que elas estejam habilitadas. Nossa idéia é aprimorar o material humano que é farto na região, Tem muita gente envolvida com dança aqui e o nosso objetivo é fazer com essas pessoas se sintam mais capacitadas. No final das oficinas sempre realizamos uma apresentação com os participantes que mostram o aproveitamento obtido durante as oficinas.
Zk – Você em particular, além d coordenador do projeto, é envolvido com dança, assim é bailarino, dançarino?
Fabiano – Não, não! Na verdade trabalhei por muito tempo em salas de danças. Esse ano, por exemplo, fui responsável da parte administrativa dói prêmio Klauss Vianna. Na verdade não tenho formação de dança, minha formação é na área de administração, porém, tenho esse contato com a dança há mais de 15 anos, sempre trabalhando em teatros com grupos de dança, sempre fui, digamos assim, um curioso da dança, de alguma forma estou envolvido no contexto.
Zk – O que é necessário para um grupo de dança concorrer ao prêmio Klauss Vianna?
Fabiano – Especialmente no prêmio Klauss Viana é necessário que o grupo tenha uma cadastro, CNPJ, enfim tenha um projeto com embasamento e a partir da daí, uma experiência também. É necessário que seja uma empresa registrada, tenha alguns anos de experiência, isso proporciona ao grupo a chance de concorrer nesse Edital, que é um Edital Público e que cada vez mais nós estamos aprimorando. Este ano, péla primeira vez, tivemos uma verba destinada para cada Estado.
Zk – As inscrições acontecem em qual período do ano?
Fabiano – No ano passado (2006), as inscrições começaram a partir do mês de maio. No ano de 2008, nossa idéia é renovar a caravana com uma série de projetos que estão por vir no ano de 2008. É interessante que os grupos acompanhem esse movimento no site da Funarte www.funarte.gov.br. As inscrições normalmente começam no mês de maio, porém é interessante que as pessoas mantenham contato constantemente.
Zk – Quando um grupo é contemplado com o prêmio ele só pode atuar no seu estado de origem?
Fabiano – Na verdade, o prêmio não tem nenhum tipo de restrição, inclusive você pode captar outros tipos de patrocínio. Você pode desenvolver oficinas de capacitação, pode montar um espetáculo com o valor do prêmio e pode também, fazer uma circulação. Você tem a possibilidade de utilizar esse prêmio da melhor forma possível. Essa circulação pode ser fora do seu estado de origem também.
Zk – Qual a contrapartida do governo do estado de Rondônia na realização das oficinas?
Fabiano – Como é a primeira vez que desenvolvemos as oficinas na Região, não sabíamos as características que iríamos encontrar, assim sendo, procuramos várias parcerias. Aqui em Porto Velho especificamente, contamos com o apoio do governo do Estado através da Secretaria de Cultura que nos disponibilizou a Casa Ivan Marrocos.
Zk – Existe a possibilidade das oficinas serem ministradas em outros municípios de Rondônia. O que as prefeituras precisa fazer para poder receber a equipe de vocês?
Fabiano – Certamente, na verdade a minha vinda pra cá também é estreitar essa relação, saber quem são as envolvidas com a cultura dentro da região. Nesse primeiro momento, a gente fazendo o mapeamento como eu falei há pouco, vamos estreitar relações, fazer com que o município do interior que tenham um envolvimento com a cultura, possa nos oferecer uma contra partida um espaço pra desenvolver o projeto, algumas ações da iniciativa privada que tenham vontade de levar essas oficinas para os seus municípios, oferecendo algum tipo de espaço físico, acomodações para as pessoas desenvolverem as oficinas. Seria basicamente isso daí.
Zk – Para encerrar. A pessoa querendo entrar em contato com você deve fazer o que?
Fabiano – Na Casa de Cultura Ivan Marrocos estou deixando meu endereço para contato, ou então acessar o site da Funarte www.funarte.gov.br.