Governador de Rondônia quer escoar grãos, Nascimento prepara candidatura no Amazonas, e Minc adverte contra o desmatamento.
Foto: Divulgação
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Animado com as boas perspectivas de crescimento da economia rondoniense, o governador do Estado de Rondônia, Ivo Narciso Cassol (Sem partido) defende a reconstrução da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho), com 829 quilômetros, aberta entre 1972 e 1973 durante o governo militar. “A conclusão dessa rodovia é importante para a ligação entre os dois estados – Rondônia e Amazonas –, mas será necessário recapear e recompor”, comenta Cassol.
A obra prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) originou uma disputa entre os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, e do Meio Ambiente, Carlos Minc. A estrada está praticamente intransitável há 21 anos. O orçamento para pavimentá-la foi estimado em R$ 697 milhões, informou em “O Globo” a jornalista Catarina Alencastro.
Para Ivo Cassol, será necessário o governo federal criar também políticas públicas para conservação do trecho. Segundo sua assessoria, ele trabalha “sob os rigores dos olhos clínicos de ambientalistas e atende ao mesmo tempo a aspiração de grupos exportadores de Rondônia e Mato Grosso”.
Ainda, de acordo com a assessoria, por enquanto, o governador assiste “de camarote” à disputa entre os ministros. Alfredo Nascimento, duas vezes prefeito de Manaus, insiste em reconstruir a rodovia, o que lhe permitiria conquistar prestígio e votos. Ele pretende disputar o governo amazonense em 2010. Carlos Minc alerta para o um possível aumento do desmatamento.
Exigências ambientais
O Ministério do Meio Ambiente já fez exigências ambientais a serem cumpridas como condições para a concessão de licenciamento ambiental para o empreendimento. Isso significa um custo maior da obra. Segundo apurou “O Globo”, o custo das ações ambientais alcançaria R$ 653,5 milhões. Constam no relatório final de um grupo de trabalho interministerial dez exigências ambientais.
Nele está prevista a implementação de 29 unidades de conservação ao longo do trecho; a construção de nove postos de fiscalização e de um escritório do Instituto Chico Mendes, responsável pela gestão das unidades, em Manaus; e a contratação de 533 funcionários.
Estrada não existe em alguns trechos
ANA MARIA MEJIA
anamaria@agenciaamazonia.com.br
Isso exige um rigoroso relatório de impacto ambiental, avaliou há dois anos o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Não se pode construir essa estrada novamente, de maneira apressada, sem o estudo adequado e ter de reconstruí-la daqui a 10, 15 anos”, afirmou à Agência Amazônia o então diretor de Qualidade de Licenciamento Ambiental, Luiz Felippe Kunz Júnior.
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