FEMINICÍDIO: Pastor diz em vídeo que não contratou advogado para tirar filho da cadeia

Gabriel foi preso em um intervalo de 24 horas após a morte de Antoniele

FEMINICÍDIO: Pastor diz em vídeo que não contratou advogado para tirar filho da cadeia

Foto: Divulgação

A polícia civil de Pimenta Bueno, RO, distante 522 quilômetros de Porto Velho, começou nesta terça-feira, 08, as oitivas de testemunhas do caso. Foram ouvidos familiares e colegas de trabalho do casal. Gabriel Henrique Santos Masioli, 28, foi preso na última sexta-feira, 04, depois que assumiu autoria da morte da gerente administrativa, Antonieli Nunes Martins, 32 anos.
 
O crime já é comparado ao do goleiro Bruno, acusado da morte e de desaparecer com o corpo da modelo Eliza Samúdio em 2010.
 
Segundo o relato da polícia com base no depoimento do acusado, o assassinato foi motivado pela gravidez de Antonieli. Casado com outra mulher, Gabriel não queria assumir o relacionamento extraconjugal. Depois que Antonieli contou que estava grávida ele sugeriu aborto, mas ela negou e afirmou que assumiria a criança e contaria para todos quem era o pai.
 
Assustado, Gabriel tomou a iniciativa de matar ela enforcada, enquanto estavam juntos. E só parou de pressionar o pescoço dela com ‘mata-leão’ quando a mulher evacuou duas vezes. Depois ao perceber que estava viva e com os olhos mexendo, Gabriel foi na cozinha, pegou uma faca de cortar carne enfiou no pescoço da amante. A mulher morreu sem chances de defesa e com poucos dias de gravidez.
 
O corpo foi encontrado por vizinhos e familiares no imóvel que eles alugavam para encontros as escondidas. A mulher estava deitada na cama revirada e ainda vestia roupas do trabalho. Tinha sangue no chão e na cama.
 
Após o crime, o delegado Bruno Lins Cavalcante Couto, disse que o agressor em um intervalo de 12 horas teria ido na igreja encontrar com o pai que é pastor, participou de um culto, passou por uma lanchonete e publicou o que comeu no Instagram.
 
No dia seguinte lamentou o desaparecimento da amante e ainda compareceu no local onde o corpo foi encontrado, enquanto peritos trabalhavam. Ele ainda não tinha assumido autoria. Em Pimenta Bueno houve uma manifestação com dezenas de pessoas na frente da delegacia pedindo justiça.
 
Gabriel foi preso em um intervalo de 24 horas após a morte de Antoniele. Ele mesmo foi à delegacia e deu sua versão. Em nenhum momento disse que matou por que não queria assumir a criança, e como defesa argumentou que teve duas crises de ansiedade: uma quando soube da gravidez e outra quando matou Antoniele.
 
Para advogada da família da vítima, Débora Cristina, o celular de Antoniele, que ainda não foi encontrado, pode ajudar nas investigações, assim como a quebra do sigilo telefônico do acusado.
 
“Estamos acompanhando o inquérito com a polícia e vamos auxiliar o Ministério Público na análise de provas, depoimentos de testemunhas e tudo que for necessário. O que chama atenção é a frieza dele de frequentar locais públicos após a morte”. A defesa de Gabriel preferiu não se manifestar.
 
A polícia civil já coletou algumas provas como imagens em vídeo de circuito fechado de segurança. E há evidências que ele pode ter falado com a esposa durante o momento do crime. A faca usada no assassinato foi localizado.
 
O pai de Gabriel, pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular em Pimenta Bueno, lamentou o crime. “Eu não contratei advogado para tirar meu filho da cadeia por que eu reconheço o crime que ele cometeu. Contratamos advogados para acompanhar, para que ele seja julgado na forma da lei”. Veja o vídeo dele falando sobre o episódio:
 
 
 
 
 
“Este é mais um episódio trágico que, infelizmente, se soma ao de tantas outras mulheres. E nós estamos vigilantes para que este crime não fique impune”, disse Márcio Nogueira, presidente da Ordem dos Advogados de Rondônia. (OAB/RO).
 
“Que este crime não seja mais um número nas estatísticas, que a partida da Antoniele não fique em vão. Clamamos por justiça. Queremos uma resposta da justiça, que o criminoso seja punido no rigor da lei e que Deus possa confortar nosso coração”, disse integrantes da família da vítima em uma carta.
 
Nos últimos anos os índices de feminicídios só aumentaram em Rondônia, de acordo com informações da Secretaria de Estado, Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec). Em 2020 foram 14 casos. Já 2021 foi o ano mais violento com 16 no total. Em apenas dois meses já totalizam três casos de crimes violentos contra mulheres.
 
A família de Antoniele criou um perfil no Instagram para publicar fatos sobre o caso e cobrar justiça. 
 
Segundo a família, Antoniele conheceu Gabriel na mesma empresa de trabalho. Estavam juntos há 10 meses. Ela deixou um menino, que completou três anos de idade no dia do sepultamento. A criança mora com a avó.
 
 
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