EM COLAPSO: Presídio de Ariquemes vira ‘local de férias’ para criminosos, dizem policiais penais

Já em Porto Velho, presídio conhecido como “470” chegou a sofrer intervenção da própria Sejus após repetidas fugas

EM COLAPSO: Presídio de Ariquemes vira ‘local de férias’ para criminosos, dizem policiais penais

Foto: Grades serradas viraram rotina no sistema prisional de Rondônia - Rondoniaovivo

A fuga de dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) trouxe para as luzes de discussões e debates, a fraqueza sistema carcerário do país diante do crime organizado e de facções criminosas. Inclusive os dois detentos que fugiram da unidade potiguar eram ligados ao Comando Vermelho (CV).

 

Falando da nossa realidade nua e crua, a situação não é menos preocupante. A Penitenciária Federal de Porto Velho, que fica a 45 km da cidade e à caminho da Bolívia, tem risco iminente de resgate, segundo planos já descobertos pela Polícia Federal durante a Operação Sequaz, realizada em 2023, que incluiu o presídio de Pimenta Bueno, que fica a 600 km da capital de Rondônia. Nesta unidade, recentemente fugiram 13 presos e apenas seis foram recapturados até o momento.

 

Policiais penais federais já teriam alertado o Ministério da Justiça. Em Porto Velho, a guerra de facções tem desafiado as forças de segurança pública e feito vítimas a cada dia.

 

Bomba-relógio

 

Segundo conversas do Rondoniaovivo com vários policiais penais que atuam no sistema carcerário estadual, são muitos criminosos de altíssima periculosidade e extremamente violentos que ganham as ruas com facilidade, inclusive repetidas vezes.

 

Muitos deles fazem famílias de reféns, e de acordo com esses servidores, uma das unidades mais caóticas é a penitenciária de Ariquemes, que está sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus).

 

Policiais penais apreendem diversos materiais que seriam utilizados em fugas, especialmente lâminas de barbear amarradas em palitos de picolé - Foto: Arquivo Pessoal

 

O jornal eletrônico apurou que o presídio de Ariquemes foi construído com projeto e verba do Governo Federal e inaugurado em 2017. Apenas entre o período de agosto/2017 a julho/2022, há o histórico de 24 fugas, que permitiram a 124 criminosos “ganharem as ruas”. Em uma só ocasião, 16 presos fugiram.

 

“Com fugas sistemáticas, as despesas com o deslocamento e diárias de grupos especiais de Policiais Penais da capital até Ariquemes já chegou a um custo mensal de quase 300 mil reais. Esse presídio virou local de férias para os bandidos. Os caras entram e saem quando querem”, afirmou um policial penal que pediu para não ter a identidade revelada.

 

De acordo com esses servidores, a maior parte das fugas acontece pela serragem das grades.

 

Na capital Porto Velho, a insegurança é tão grande que levou a Sejus a nomear um interventor e interditar a penitenciária conhecida como “470”, conforme documento publicado no final deste texto, em decorrência de repetidas fugas.

 

Lei da mordaça

 

Muitas das vezes, a população só tem conhecimento de alguma fuga, após os boatos se espalharem em grupos de WhatsApp. E a situação se complica, pois os policiais penais não podem se manifestar por conta de uma portaria da própria Sejus, conforme eles explicaram ao Rondoniaovivo, provocando uma verdadeira “lei do silêncio”, onde eles não podem prestar qualquer informação à sociedade e muito menos à imprensa.

 

O jornal eletrônico teve acesso a alguns trechos dessa portaria:

 

“Artigo 6º: XVIII - manter sigilo quanto às informações sobre ato, fato ou decisão não divulgáveis ao público, ressalvados os casos cuja divulgação seja exigida em norma; XXIII - manter a necessária cautela no manuseio de papéis de trabalho, documentos extraídos de sistemas informatizados, exibição, gravação e transmissão de dados em meio eletrônico, a fim de que deles não venham tomar ciência pessoas não autorizadas pela Sejus”.

 

E um policial penal que atua há 20 anos no sistema, desabafa: “Parece que estamos em uma ‘caixa preta’, que não interessa aos órgãos de execuções de penas exporem esses custos nem as fragilidades existentes. Mas isso precisa ser modificado, pois não só nós corremos risco, e sim toda a população tem sido prejudicada e está amedrontada”.

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