DISPUTA: Cientistas políticos analisam primeira semana de campanha em RO

No total, 583 candidatos concorrem a uma vaga no Executivo e Legislativo

DISPUTA: Cientistas políticos analisam primeira semana de campanha em RO

Foto: Divulgação

Começou nesta semana a campanha eleitoral em todos o país. Em Rondônia, sete candidatos disputam a vaga de governador do estado. Oito concorrem a uma vaga no senado, 160 se candidataram para deputado federal e 408 estão concorrendo a uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado.
 
Agora, esses candidatos podem realizar comícios, propagandas em rádio, TV e na internet, além de distribuição de santinhos, carreatas e outras atividades.
 
Com isso, o Rondoniaovivo procurou a análise de cientistas políticos e instituições que atuam no setor.
 
Segundo Walace Soares de Oliveira, professor de sociologia do IFRO (Instituto Federal de Rondônia), mestre em Educação pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) e doutor em Ciência da Informação pela USP (Universidade de São Paulo), neste pleito não haverá muita diferença de 2018.
 
Walace Soares de Oliveira, cientista político. | Foto: Arquivo pessoal
 
Rondônia é um estado de característica conservadora, mesmo na época em que o PT esteve no poder, essa característica se manteve. Como o agronegócio é expoente em nosso estado e somos um dos estados mais evangélicos do país, creio que a pauta aqui será mantida”, acredita Walace.
 
No entanto, o conservadorismo enraizado no estado não é uma barreira para mudanças, como analisa João Paulo Viana, doutor em Ciência Política, professor do DACS da UNIR (Universidade Federal de Rondônia) e pesquisador do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (Legal).
 
Óbvio que a conjuntura muda e nenhuma eleição é igual a anterior. Por isso mesmo, embora a direita conte com um elevado número de candidaturas viáveis eleitoralmente, especialmente, ao Executivo estadual, há espaço também para candidatos moderados, seja à centro direita ou à centro esquerda”, pondera Viana.
 
João Paulo Viana, cientista político. |  Foto: Arquivo pessoal
 
Passado
 
Os comentários dos cientistas podem ser baseados na eleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2018. Para se ter uma ideia, Rondônia ficou entre os estados que mais somou votos para o presidente. Na época, Bolsonaro venceu em 17 estados.
 
Em Rondônia, 62,24% da população votou em Bolsonaro levando-o para o segundo turno, onde também venceu o candidato do PT, Fernando Haddad. Além disso, o presidente ganhou a eleição em todos os 52 municípios do Estado. As informações são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
A direita é mais pragmática que a esquerda. Por isso, se mantém há cinco séculos no poder e representando sempre mais a elite que o povo. A falta de educação e de investimento nela, também são fatores que aumentam a probabilidade dessa manutenção”, explica Wallace.
 
Um ponto curioso chama a atenção para este pleito no estado, pois, mesmo com as pesquisas eleitorais mostrando uma possível derrota de Bolsonaro (PL) para Lula (PT), os candidatos locais ainda apelam para a onda bolsonarista.
 
Desde 2002, não tínhamos tantas candidaturas competitivas ao governo estadual. Com a entrada de Ivo Cassol (PP), o cenário fica ainda mais fragmentado à direita. Hoje, temos pelo menos cinco nomes com reais chances de vitória, com quatro desses candidatos disputando o voto do eleitorado bolsonarista”, aponta João Paulo Viana.
 
O professor do DACS da UNIR ainda completa: “Esse quadro fragmentado no campo conservador pode, inclusive, contribuir para que Daniel Pereira (Solidariedade), único candidato de centro-esquerda, chegue ao segundo turno”.
 
Brigas
 
Mas em um cenário de polarização na política, onde dois grupos brigam pelo favoritismo, há riscos.
 
“A radicalização da polarização política pode sim acarretar violência. Importante ressaltar que a polarização é algo salutar e está presente na atual política brasileira pelo menos desde 1994. Entretanto, o que assistimos desde 2014, e que se acirra em 2018, é um processo de radicalização dessa polarização”, declara Viana.
 
Wallace Soares também analisa que há muitos pontos a serem colocados em pauta nestas eleições.
 
Creio que as pesquisas irão acirrar mais ainda a polarização, o aumento do discurso de ódio, as fake news e teremos uma eleição como jamais vimos. Também devemos ressaltar que apesar de não ser uma realidade de todos, as redes sociais também devem ser levadas em consideração”.
 
Eleitorado local 
 
Em Rondônia, 1.230.987 eleitores vão às urnas no dia 02 de outubro e também dia 30 do mesmo mês, caso haja segundo turno.
Vale destacar que no estado, o maior poder é das mulheres, já que 51% (629.438) do aptos a votarem é do sexo feminino e 49% (601.549) masculino.
 
Números gerais
 
O pleito de 2022 tem um total de 28.371 candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que estão abarcadas em 32 partidos e três federações compostas por PT/PV/PC do B; Cidadania/PSDB; e Rede/PSOL.
 
Uma mudança significativa nas eleições de 2022 foi a aumento de candidaturas de pessoas autodeclaradas pretas e pardas, que pela primeira vez desde que esse dado começou a ser informado, em 2014, superou o número de candidatos brancos. No total, pretos e pardos representam 49,67% ante 48,76% de brancos.
 
É importante ressaltar que os números divulgados pelo TSE estão sujeitos a atualização durante o período de campanha, conforme os registros das candidaturas são analisados. Os dados foram colhidos em 17 de agosto.
 
Reeleição
 
Na disputa pela reeleição no pleito de 2022 estão 21 governadores, 15 senadores, 456 deputados federais, 807 deputados estaduais e 20 deputados distritais.
 
LGBTs
 
Um levantamento da VoteLGBT+, uma organização não-governamental que atua para aumentar a representatividade de pessoas LGBT+ na política, mapeou 214 pedidos de registros de candidaturas desse público nas eleições de 2022.
 
A quantidade representa um aumento de 36% em relação às eleições de 2018. Quatro anos atrás, a ONG identificou 157 candidaturas LGBT+. Esta sigla, que norteou o levantamento, abrange lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e outros grupos como assexuais e não-binários, por exemplo.
 
Deputado federal
Gênero: 6.749 masculino e 3.548 feminino. Duas candidaturas não divulgaram;
Raça: 1.424 se declaram pretos, 3.465 pardos, 55 indígenas, 42 amarelos e 5.250 brancos. 65 não informaram e dois classificaram como não divulgável; 
Uso de nome social: 19 candidaturas;
Pessoas com deficiência: 155 candidaturas.
 
Deputado Estadual
Gênero: 10.932 masculino e 5.353 feminino. Uma candidatura não divulgou gênero;
Raça: 2.288 se declaram pretos, 6.111 pardos, 66 amarelos, 106 indígenas e 7.654 brancos. 60 não informaram e um classificou como não divulgável;
Uso de nome social: 13 candidaturas;
Pessoas com deficiência: 271 candidaturas.
 
Gráfico mostra candidatura por gênero. | Foto: Divulgação
 
Governador
Gênero: 185 masculino e 38 feminino;
Raça: 26 se declaram pretos, 60 pardos, 2 indígenas, 1 amarelo e 166 brancos. Um não informou a raça;
Pessoas com deficiência: 4 candidaturas.
 
Vice-governador
Gênero: 134 masculino e 89 feminino. Uma candidatura não divulgou gênero;
Raça: 35 se declararam pretos, 50 pardos, 1 amarelo, 4 indígenas e 132 brancos. Um não informou e um classificou como não divulgável.
Pessoas com deficiência: 2 candidaturas.
 
Senador
Gênero: 179 masculino e 55 feminino. Uma candidatura não divulgou gênero;
Raça: 22 se declaram pretos, 51 pardos, 1 amarelo, 3 indígenas e 156 brancos. Um não informou e um classificou como não divulgável.
Pessoas com deficiência: 2 candidaturas.
 
Neste pleito, a maioria dos candidatos são branco. | Foto: Divulgação
 
Presidente
Gênero: 8 masculino e 4 feminino;
Raça: 2 se declaram pretos e 10 brancos;
 
Vice-presidente
Gênero: 7 masculino e 5 feminino;
Raça: 4 se declaram pretos, 1 indígena e 7 brancos;
Pessoa com deficiência: 1 candidatura.
 
Grau de instrução
Entre os candidatos no pleito desse ano, mais da metade tem ensino superior completo.
54,94% tem ensino superior completo;
25,35% tem ensino médio completo;
9,33% tem ensino superior incompleto;
4,63% tem ensino fundamental completo;
2,53% tem ensino fundamental incompleto;
2,43% tem ensino médio incompleto;
0,76% lê e escreve.
 
Grafico mostra grau de profissões dos candidatos | Foto: Divulgação
 
*Com informações do JOTA e da CNN Brasil
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