Os capitães generais, da capitania de Mato Grosso ao executarem a ordem de delimitar a fronteira com a vizinha Espanha tão logo que assumiram o governo, procuraram obter fundos para a construção de fortes que serviriam de sustentáculos e resguardo desse território. A intenção do ministro português era de assegurar a fronteira da Capitania de Mato Grosso e consolidar a jurisdição por ele incumbida de gerenciar.
Para Carvalho (1998), Pombal teria suas intensões voltadas para:
[...] a colonização lançada pelo Marquês fez-se com inteligência e método. Não restaram dúvidas quanto as suas vontades e objetivos. Tinham sido ponderados todos os fatores inerentes ao trabalho numa terra virgem. Tinham sido analisadas as possibilidades econômicas e os efeitos dessas possibilidades para o bem-estar dos indivíduos da área amazônica (CARVALHO, 1998, p.110).
Durante o período em que esteve à frente como ministro da coroa portuguesa, Pombal intensificou a construção de forte e fortalezas na capitania de Mato Grosso, como o forte de Coimbra e Real Forte Príncipe da Beira, dentro do espaço que limitava a fronteira com a Espanha. Para Cruxen (2011), “essas fortificações serão percebidas como imagens arquitetônicas associadas à habitação, núcleo gerador de povoamento, fornecedor de segurança entre tantos outros significados”.
Com a criação do primeiro forte balizador na fronteira oeste da Capitania de Mato Grosso, o de Nossa Senhora da Conceição em 1760, Portugal antecipava-se à Espanha na guarda dessa fronteira. Assim com a presença desse novo destacamento militar o de Nossa Senhora da Conceição, ficava dessa forma assegurada as terras disputadas pelas coroas portuguesa e espanhola.
Na gestão de Rolim de Moura (1751 – 1765), segundo Pontes Pinto, “enviava periodicamente uma cota de ouro extraído da província para a Coroa. A última remessa de que se tem notícia foi de 50 arrobas, a qual foi enviada em setembro de 1762 pelo itinerário das monções do norte”. (PINTO, 1989, p. 34).
Para Silva (1982), Dom Antônio Rolim de Moura Tavares, foi nomeado governador de Mato Grosso em 1751 e aos 39 anos foi Capitão-General juntamente com as instruções de como deveria governar a capitania de Mato Grosso (SILVA, 1982, p. 6). Em seu governo, recebeu apoio de sua Majestade para colocar em prática a fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade e nas instruções que lhe foi ordenado, prevalecia à ideia de impedir que os espanhóis dominassem a navegação do rio Guaporé.
Para CASTILHO PEREIRA (2008), conclui que, esse governo fez todo um trabalho de conservação da fronteira, resistindo duas investidas espanholas em 1763 e 1766 para retomar a antiga missão de Santa Rosa agora destacamento de Nossa Senhora da Conceição (CASTILHO PEREIRA, 2008 p. 148).
Após treze anos e meio administrando a capitania de Mato Grosso, pelo serviço prestado a Coroa, Rolim de Moura é transferido para a Bahia para dar continuidade às intenções da coroa portuguesa. Sendo substituído pelo segundo governador de Mato Grosso que de acordo com Gen. Frederico Rondon, os sucessores de Rolim de Moura no governo da longínqua Capitania de Mato Grosso desvelaram-se no mesmo zelo pela consolidação das posses lindeiras. (RONDON, 1969, p.331)
No governo de João Pedro da Câmara (1765 – 1769), durando apenas quatro anos, remeteu para a Metrópole o ouro proveniente do quinto que foi gerado em sua administração, com um total de 71 arrobas, transportada de Vila Bela pela via Amazônica. Para Pontes Pinto o governo de João Pedro da Câmara, pouco fez e também pouco mereceu, quer das mercês do Estado quer das maldições do povo (PINTO, 1989, p.36).
O governador Luís Pinto de Sousa Coutinho (1769 – 1772), considerado Conde de Balsemão, em seus estudos Pontes Pinto descreve que apresentou dificuldades, pois não sabia administrar e nem tão pouco possuía visão de governo (PINTO 1989, p.37). Para Teixeira (1998), esse governo criou em1769 no rio Madeira o povoado de Balsemão, uma espécie de posto militar entre cachoeiras que tinha como objetivo apoiar à navegação no rio madeira e recolher o ouro pertencente à coroa (TEIXEIRA, 1998, p.46).
Durante o governo de Luís Pinto, segundo Jorge (1992) se intensificou as repercussões aos efeitos da aversão de Pombal aos jesuítas expulsos de Portugal e dos domínios portugueses (JORGE,1982 p.18). Ainda segundo Meireles (1989), Luís Pinto de Souza Coutinho, mudou o nome do forte de Conceição para Bragança em 1769 e ordenou a abertura de uma estrada que estabeleceria uma ligação terrestre até Vila Bela (MEIRELES, 1989 p. 173)
Adotando uma postura autoritária, segundo Pontes Pinto (2000), o governo de Luiz Pinto estabeleceu imposto suplementar para as despesas da capitania. As reivindicações contra seu desmando originaram prisões e sequestros de bens dos colonos insatisfeitos (PINTO, 2003 p.61), ainda o mesmo autor faz referência de que:
Esse governo não mediu os meios para cobrar da população apreensiva pela espoliação, dízimo, quinto e direitos de entrada e saída de mercadorias e outros bens, pagando inclusive as mordomias e honorários para o governador e seus militares. (PINTO, 2003, p. 61)
O governador Luiz Pinto de Souza Coutinho foi substituído pelo capitão Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres que chega à capitania de Mato Grosso no dia 29 de junho de 1771 para assumir seu posto. Seu governo dá continuidade da política adotada pela coroa portuguesa, assumindo num período pós-jesuítas, sendo marcado por uma política que conteve a animosidade com os Espanhóis.