A velha ideia de conquistar um emprego e permanecer nele pelo maior tempo possível está sendo rapidamente deixada para trás. Em um mercado de trabalho mais dinâmico e com novas gerações priorizando qualidade de vida e propósito, pedir demissão deixou de ser tabu e se tornou uma escolha frequente especialmente entre os mais jovens.
Em 2024, segundo dados oficiais, 37% de todos os desligamentos no Brasil foram voluntários, ou seja, partiram do próprio trabalhador. A Geração Z, composta por jovens entre 17 e 24 anos, tem sido protagonista desse movimento. Só em janeiro de 2025, essa faixa etária foi responsável por 42% dos pedidos de demissão no país.
O fenômeno ganhou até um nome: 'office frogging', em referência ao hábito de 'pular de folha em folha', como um sapo, trocando de emprego com mais frequência. O objetivo? Buscar ambientes com maior flexibilidade, aprendizado rápido, desenvolvimento pessoal e alinhamento com seus valores.
A tendência não é exclusiva do Brasil. Uma pesquisa internacional feita em 2025 com 3,3 milhões de profissionais revelou que metade dos entrevistados considera deixar o emprego atual em breve o que reforça uma transformação global na relação com o trabalho.
Para as empresas, o impacto é significativo. Especialistas estimam que a substituição de um único funcionário pode custar até duas vezes seu salário anual, somando os custos com recrutamento, treinamento e perda de produtividade. Além disso, a alta rotatividade exige novas estratégias de retenção e cultura organizacional, voltadas a engajar profissionais cada vez menos tolerantes à rigidez e à estagnação.