Prédio de 1912 representa a memória da extinta ferrovia da Madeira-Mamoré
Foto: Divulgação
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Localizado em frente ao rio Mamoré, fronteira natural entre Brasil e Bolívia, o Museu Municipal de Guajará-Mirim, a 359 km de Porto Velho, está em estado de abandono e fechado à visitação pública há pelo menos quatro anos. Instalado na antiga estação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), o espaço cultural guardava relíquias importantes da história local e regional.
Nesta semana, o fotógrafo e memorialista Rosinaldo Machado, de Porto Velho, esteve em Guajará. Ele fotografou o museu e escreveu um texto em que lamento a situação. O ativista, que é também membro da ARL (Academia Rondoniense de Letras), resume o quadro desta forma: “Desprezo, descaso e crime contra a nossa história”.
O acervo desapareceu ou foi danificado no interior do museu
A estação foi criada em 1912. Sessenta anos depois, foi fechada, após a desativação definitiva da histórica ferrovia. Somente em 1992, foi reaberta, agora transformada em museu. “Em seu interior há valiosas peças que retratam a história da ferrovia, dos heróicos e anônimos trabalhadores, dos seringueiros e dos indígenas”, relata Machado, em tom indignado.
Antiga locomotiva da EFFM abandonada no museu
Em 2006, o prédio foi tombado pelo Iphan como patrimônio histórico nacional. Tornou-se um cartão postal visitado por turistas, estudantes e pesquisadores. Ao longo dos anos, o clássico imóvel passou por algumas reformas, sendo a última concluída em 2013 pelo Governo do Estado em convênio com o Governo Federal.
Atualmente, “as paredes estão desgastadas pelo tempo, o telhado está desabando e as belíssimas peças que estavam no interior do museu sumiram ou estão sendo degradadas pelo tempo”, aponta o fotógrafo.
Telhado ameaça desabar
A prefeitura afirma que o espaço pertence à União e que não foi repassado, formalmente, ao Município. Não há nenhum projeto da prefeitura em curso encaminhado ao Governo Federal pedindo solução para o problema. Rosinaldo Machado entrou em contato com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e aguarda uma manifestação do órgão. O ativista também citou o Ministério Público Federal para que se pronuncie.
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