A pesquisa “Um pequeno passo, uma grande economia: o impacto da atividade física nos casos de demência e nos custos econômicos no Brasil” (em tradução livre), realizada por pesquisadores dos programas de Pós-graduação em Epidemiologia e em Ciências Médicas da UFRGS, revela um alto custo econômico da demência aos sistemas de saúde por conta da falta de atividade física.
Os dados apontam que o número de casos de demência no Brasil vai mais do que triplicar nos próximos 25 anos, chegando a 5,7 milhões de pessoas em 2050. Esse número pode representar um gasto de R$ 220 bilhões entre custos diretos e indiretos, sendo que R$ 192 bilhões seria o custo para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Natan Feter, primeiro autor e pesquisador colaborador no PPG Epidemiologia, detalha os principais achados da pesquisa: 1) entre 2019 e 2050, cerca de meio milhão de casos de demência podem ser prevenidos com atividade física; 2) o custo total da demência entre 2019 e 2025 atribuído à inatividade física será de R$ 23 bilhões; 3) se os adultos que não praticam nenhuma atividade física iniciarem a prática para 10 minutos diários, a economia financeira em demência até 2050 chegará a R$ 16 bilhões.
Para o pesquisador, o estudo reforça a importância de políticas de promoção da atividade física como uma forma de reduzir a carga social e econômica da demência no Brasil, além de que a atividade física traz impactos positivos para a saúde corporal, mental, cognitiva e social.