Há greves justas e greves injustas. A greve de profissionais da educação estadual por melhores salários e condições decentes de trabalho é justa, mas, aos poucos, vem perdendo a sua essência e objetividade, quando deixar-se descambar para a baderna. Esta mais que provado que a população não aceita extremos.
A tentativa frustrada de invasão ao palácio do governo, na manhã desta quarta-feira, não deixa dúvida de que os invasores agiram sob orientação política. São pessoas interessadas em promover a bagunça dentro do movimento paredista.
A orientação política é do petismo. Isso já ficou evidente aos olhos da opinião pública, que usa a CUT como escudo para fins eleitoreiros. Assim, o petismo empurra os trabalhadores para o confronto com a lei, com o governo, com a democracia. Depois de implantar o tumulto, o petismo acena com uma tentativa de retirada.
O petismo imagina ser possível instalar o caos e, ao mesmo tempo, escondê-lo. Não é mais possível. A greve do pessoal da educação vem prejudicando irremediavelmente grande parcela da sociedade. E não adianta querer tapar o sol com uma peneira. No fundo, os trabalhadores vêm sendo vítimas de falsos líderes, cada vez mais preocupados com seus próprios e mesquinhos interesses.
A população não precisa de extremos. Repita-se. Ela não quer a institucionalização da desordem. Resta saber, então, por que o petismo quer a implantação do caos? Afinal, o que essa gente espera ganhar com essa conduta retrógrada? É público e notório o repúdio dos brasileiros, ou de quase todos, à ditadura e ao terrorismo político.
O entendimento sadio e construtivo entre as partes envolvidas, na busca de novos rumos, precisa suplantar as prerrogativas eleitoreiras e o sindicalismo anacrônico.
Buscar o mínimo de consenso e tratar de fazer desse consenso o móvel de ação administrativa consciente não é mais que conseqüência lógica do desejo de solucionar nossos problemas e, afinal, chegar a tão sonhada justiça social.
É natural que professores (e não apenas esse segmento funcional, mas todos aqueles que prestam serviços à máquina burocrática), reivindiquem salários decentes e condições dignas de trabalho. Mas é preciso que as coisas sejam feitas com o mínimo de compostura e, sobretudo, de responsabilidade, de modo a não prejudicar toda a sociedade.