*A quarta-feira foi mais um dia típico de inverno amazônico em Rondônia. Sol entre nuvens, tempo abafado e umidade relativa do ar elevada em todas as regiões. Esse combustível foi essencial para o desenvolvimento de nuvens super-carregadas sobre o Estado principalmente o centro-sul, entre Cacoal e Vilhena onde choveu torrencialmente. Ainda pela tarde, as primeiras células de tempestade já eram observadas na divisa com a Bolívia, choveu forte entre o final da tarde e inicio da noite numa vasta área entre Vilhena, Pimenta Bueno e Cacoal.
*Em Vilhena o acumulado chegou á 32,5 milímetros no centro da cidade. Nesses cinco primeiros dias do mês de abril já choveu 142,9 milímetros na cidade, o que corresponde á 60% de todo o volume esperado para abril. Nessas cidades a tempestade chegou acompanhada de muita atividade elétrica o que ocasionou danos em diversos aparelhos eletroeletrônicos das cidades. Avenidas, residências e estabelecimentos comerciais ficaram completamente alagados com o intenso volume de água que caiu em pouco tempo.
*Passada a tormenta que castigou Porto Velho na segunda-feira, a Defesa Civil Nacional divulgou dentre outros Estados com alto risco de temporais, o Estado de Rondônia. Como se não bastasse e fosse de total conhecimento das autoridades sobre a chuva intensa da segunda-feira. O próprio CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) de Cachoeira Paulista-SP colocava em seus informativos e imagens de satélite a formação de uma tormenta severa próxima a capital de Rondônia. De acordo com o pesquisador Daniel Panobianco, o SIPAM (Sistema de Proteção da Amazônia) divulgou que a chuva foi “imprevista”, esperava-se sim céu nublado com pancadas de chuvas ocasionais mais não na magnitude da que acertou em cheio Porto Velho. Todos os modelos de previsão numérica, incluindo o mais importante que identifica a instabilidade da atmosfera julgavam sim a presença de um sistema de baixa pressão atmosférica em superfície e portanto a possibilidade elevada de tempo severo. Da parte do Sipam não foi possível detectar e comunicar a Defesa Civil da capital com antecedência. O pesquisador contesta o Sipam: “tínhamos todos os dados suficientes para alertar as autoridades quanto ao mundo que estava pra desabar sobre a capital de Rondônia”, afirmou.
*Para esta quinta-feira, a SEDEC (Secretaria de Defesa Civil) englobou Rondônia como um dos Estados a serem afetados pelas tempestades. É sempre assim, depois que o pior passa os órgãos governamentais colocam-se como atentos ao perigo.
Há dados suficientes que enfocam grandes probabilidades de tempo severo para o Estado nas próximas 72 horas. Além de acumulados significativos, os núcleos de chuva forte poderão apresentar também forte atividade elétrica e rajadas de ventos superiores á 60 km/h. As regiões de Vilhena, Cacoal e Ji-Paraná são as mais propícias a tempo severo, não descartando outras regiões, inclusive a capital.