O pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Paulo Barreto afirma que faltam investimentos e políticas públicas sérias para tratar a questão fundiária na Amazônia. Barreto é co-autor do estudo "Quem é o dono da Amazônia?", que avalia os resultados dos recadastramentos de imóveis rurais iniciados em 1999 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Segundo ele, o estudo relata as estatísticas deste recadastramento e mostra que uma grande quantidade de propriedades não foi ou não pôde ser recadastrada. "Isso, de certa forma, evidencia que não foi possível cumprir com o que era esperado", explica.
O estudo relata algumas dúvidas que persistem na questão fundiária da Amazônia, como em relação a fraudes. "Temos pouca informação sobre a validade dos títulos ou sobre quem são os posseiros", exemplifica. A publicação mostra ainda que existem na Amazônia 42 milhões hectares de áreas de posse.
O esforço para regulamentar tem que ir além. É preciso construir uma base sólida e isso não tem sido feito - diz Barreto, levantando necessidades como retomar as terras ilegais, checar as informações no campo e montar um plano consistente para tratar da questão.