LAMENTÁVEL: População tem se recusado a participar de pesquisa sobre nutrição em RO

Pesquisadores estão tendo dificuldades para realizar o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2024). O levantamento é feito pelo Governo Federal e tem como objetivo a alimentação de crianças até seis anos no país.

 

A Coordenadora do ENANI 2024 em Rondônia, Ângela Nery, informou que o levantamento está sendo feito nas áreas urbanas de Ji-Paraná e em Porto Velho. A previsão é que 15 mil famílias devam ser entrevistadas em todo país para que seja traçada a forma como estão sendo alimentadas as crianças brasileiras.

 

“Apesar da importância desse estudo, os pesquisadores que estão nas ruas estão tendo dificuldades em colher os dados juntos à população. Muitas pessoas afirmam que não querem participar, pois, é algo político. Esse estudo não tem nada de político, essas informações vão servir para que tenhamos políticas públicas de alimentação e nutrição infantil mais adequadas, baseadas em evidências científicas atualizadas”, explicou.

 

 

Ângela contou também que os entrevistadores estão uniformizados com crachá, camiseta e uma pasta, sendo tudo com identificação. Além disso, acrescentou, há um QR Code e telefone de contato para que quiser ter certeza.

 

“Nesse estudo participam a Universidade do Estado do Rio de Janeiro(UERJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal de Goiás (UFG). O ENANI-2024 dispõe de uma linha telefônica gratuita para tirar dúvidas da população, que é o 0800 888 0022. Pedimos que as pessoas participem, sem medo, pois, é muito importante esse levantamento”, frisou.

 

2019

 

O estudo vai avaliar as práticas de aleitamento materno, os hábitos alimentares, o estado nutricional antropométrico e a deficiência de vitaminas e minerais nas crianças também nas mães.

 

No último Enani, foi realizado em 2019, e o resultado mostrou que, naquela época, metade das famílias brasileiras com crianças na faixa etária do estudo vivia em insegurança alimentar. A pesquisa também revelou que 80% das crianças brasileiras menores de cinco anos já consumiam alimentos ultraprocessados e que 10% dos pequenos - e metade de suas mães - estavam acima do peso. 

 

Um dos objetivos da pesquisa atual é conhecer o cenário alimentar e nutricional das crianças brasileiras depois da pandemia de covid-19. A perda imediata de renda e a interrupção ou redução do acesso a serviços de saúde durante a pandemia afetaram diretamente o estado nutricional das crianças brasileiras, gerando vulnerabilidades imediatas e riscos de médio e longo prazo.

 

Segundo o coordenador nacional do ENANI-2024, Gilberto Kac, afirma que conhecer esse cenário nos permitirá apoiar o redirecionamento de políticas públicas. Além de contribuir com a orientação de ações em nível nacional.

 

“O estudo fornecerá evidências que, somadas às produzidas em outros países, serão úteis para compreender os impactos da pandemia globalmente”, finalizou.