THE OUTSIDER: Enigmática minissérie baseada em obra de Stephen King cansa... E muito

por Marcos Souza

09 de Agosto de 2025 às 09:24

Atualizada em : 11 de Agosto de 2025 às 09:11

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THE OUTSIDER: Enigmática minissérie baseada em obra de Stephen King cansa... E muito

Foto: Divulgação

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A minissérie disponível no serviço de streaming da HBOMAX, produção esmerada da HBO, "THE OUTSIDER", baseada no romance de 2018 de Stephen King - que aqui assina também como produtor e roteirista (alguns episódios) - foi lançada em 2020 e está disponível na íntegra.

Em uma pequena cidade da Georgia, a polícia local é alertada de um crime brutal com uma criança de 11 anos, que foi violentada e trucidada por alguém. A polícia, através do investigador Ralph Anderson (Ben Medelsohn), consegue obter provas claras de que Terry Maitland (Jason Bateman) é o autor do assassinato selvagem, através do DNA dele espalhado pelo corpo do garoto, uma testemunha chegou a conversar com ele quando ele deixava o local do crime, coberto de sangue, e até imagens de Maitland capturadas por câmeras de segurança, onde ele age de forma suspeita, como ir a um bar de stripper com o casaco sujo de sangue.

Mas o acusado parece ser um cidadão acima de qualquer suspeita, afinal ele é muito conhecido como treinador do time mirim de beisebol, bastante querido na escola que leciona, bem casado e pai de duas filhas pequenas. Dedicado a atividades comunitárias.

Preso diante de seus alunos em um jogo de beisebol, na frente da sua família e a comunidade que assiste, Maitland fica sem ação

A ordem da prisão veio de Ralph, que vive um momento de luto pela perda do filho pequeno por causa de um câncer, e se revolta com o crime.

Porém através do advogado de defesa de Maitland o policial acaba descobrindo algo muito estranho. O suspeito tem provas incontestáveis de que estava a 100 quilômetros do local do crime quando aconteceu, pois ele participara de um evento em outra cidade, com direito a imagens em vídeo do momento em que ele se levanta para fazer uma pergunta em uma conferência de professores, mais os testemunhos de dezenas de pessoas.

Como assim? O acusado não poderia estar em dois locais diferentes no mesmo horário do crime. Mesmo com DNA, testemunha e um vídeo.

Essa é a premissa dessa minissérie que vai engedrar por uma investigação insólita e que envolve uma situação sobrenatural e uma lenda urbana.

Quando o policial Ralph se vê envolto nesse mistério, principalmente quando se descobre que de fato o professor pode não ter cometido o crime, entra em cena a investigadora independente Holly Gibney (a fantástica Cynthia Erivo), uma mulher peculiar, que tem um poder de observação extraordinário, que identifica e processa informações de maneira muito diferente do habitual. Ele é contratada a fazer uma investigação paralela sobre os passos de Maitland no congresso que havia participado. Como conseguiu estar nos dois locais ao mesmo tempo. A questão é que as explicações são tão inacreditáveis para o que ela descobre, que o grande trabalho dela é fazer com que as pessoas acreditem na verdade revelada.

Nesse contexto a minissérie apresenta em dez episódios o crime, a acusação, a investigação, a revelação e o desdobramento para encerrar algo que foge da explicação lógica, com uma maneira inicial interessante. Os cinco primeiros episódios temos todo o desenrolar do andamento das consequências do crime e como a investigação policial, com a certeza da solução, revira ao encontrar provas contrárias. Vale pelo drama do investigador, Ralph, que com a sua esposa passa o conflito do luto e está sempre a beira da estafa.

No terceiro episódio ocorre uma reviravolta inesperada e a série apresenta um mistério em cima de outro mistério, principalmente com uma figura encapuzada que aparece em momentos chaves e assombra uma das filhas do professor acusado como um "bicho papão".

Tem um cuidado dramático e com acentuado terror psicológico no modo como traumas vão se revelando na vida de todos os envolvidos. Ralph, por exemplo, é obrigado a fazer terapia com um psicólogo que vai lhe servir de escudo e consciência inconclusiva, porém necessária.

A produção se esmera na fotografia, com um belíssimo trabalho de luz e aprofundamento melodramático que por vezes se mostra sombria e reflexiva. E o pecado é estender demais as resoluções com um movimento de xadrez peculiar nos pequenos dramas pessoais com a ação policial envolta numa situação sobrenatural que é revelada no sexto episódio e aí vem um teste de paciência nos episódios sete e oito.

Ação lenta e o descrédito da investigação de Holly, quando ela apresenta a todos o que conseguiu descobrir e a solução da duplicidade de persona nos crimes que envolve um criminoso em dois locais diferentes.

O absurdo de todos se deslocarem para encontrar o verdadeiro assassino até uma cabana no meio da mata, e passar a noite enquanto um policial linha dura revela ser parte da conspiração sobrenatural, exige uma lógica surreal.

Tem uma sequência de tiroteio entre o final do episódio nove e início do dez que é um massacre desproporcional num nível de violência absurda não pela plasticidade da sequência, mas pelo ímpeto dos personagens em querer fazer o ilógico.

A minissérie perde um peso de impacto mais contundente com a resolução dentro da caverna e que é simplório ao que a história criou nesse assassino que parecia ser imortal.

Assista para tirar suas dúvida, tem sequências impactantes e ainda assim uma diversão acima da média.

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