*“O homem que comandou a rebelião simultânea de 73 presídios paulistas, provocou uma onda de atentados no estado e, ao que tudo indica, ordenou o cessar-fogo aos seus comparsas depois de mais de 100 horas de terror, não é reconhecido pela Justiça como líder de uma organização criminosa. Aos olhos da lei, Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola", é simplesmente um condenado por assalto a bancos. Nessa condição, até a semana passada, o bandido pôde cumprir pena em uma penitenciária comum, de onde comandava os mais de 100.000 presos que a polícia acredita estarem ligados ao Primeiro Comando da Capital – o PCC, a maior facção criminosa do estado. Há cerca de um ano, o Ministério Público tentava, sem sucesso, obter autorização judicial para transferir Marcola para Presidente Bernardes, o presídio de segurança máxima onde ele se encontra provisoriamente agora e onde vigora o temido regime disciplinar diferenciado (RDD), que isola o preso do mundo e dos outros detentos. Os promotores, no entanto, não conseguiam reunir provas que convencessem a Justiça de que Marcola liderasse uma organização criminosa. Isso porque, precavido, ele raramente fala ao celular e jamais ordena a execução de crimes diretamente. (...)”