O clima ficou tenso entre invasores de uma área no bairro Baía Nova e um efetivo da Polícia Militar durante o cumprimento de um mandado de reintegração de posse no final da manhã de ontem.
Os policiais acompanhavam o oficial de justiça Francisco da Silva Barbosa, que apresentou o documento assinado pela juíza da 2ª Vara Civil do Fórum de Rio Branco, Maria Cezarinete Angelim, onde a magistrada determinava a derrubada de todas as casas construídas na área que pertence à família de Setembrino Fernandes de Carvalho.
Auxiliado por dois homens com motosserra, o oficial autorizou a derrubada dos barracos. Os invasores resistiram e a polícia interviu. Nessa hora, começou a confusão.
Um policial alegou ter sido desacatado por um invasor e disse que ele estava preso.
A comunidade se revoltou e partiu para cima da guarnição, tentado tirar o rapaz das mãos da polícia.
O confronto durou cerca de 10 minutos e só terminou depois que o rapaz foi liberado. Mas a confusão não parou por aí.
Quando os homens da motosserra chegaram para derrubar a casa do agricultor Francisco Evilásio Paiva, houve novo confronto.
O agricultor se recusou a sair da casa e retirar seus pertences. Convencidos pelos familiares, ele acatou a ordem judicial.
Quando o barraco veio ao chão, os quatro netos que moravam com ele caíram no choro.
“Isso é uma injustiça. E agora para onde eu vou com minha família. Nunca roubei nem matei, passei minha vida trabalhando e hoje sofro uma humilhação dessas”, disse chorando o invasor.
A área reclamada na Justiça pertence à família de Setembrino Fernandes de Carvalho, que é falecido, mas o pedido de reintegração foi feito pelos herdeiros.
O vigilante Raimundo Nogueira, um dos donos da área de 60 hectares, acompanhou a desapropriação e disse que a família tem interesse em negociar os lotes, basta que os invasores manifestem interesse em adquirir legalmente os terrenos.