O deputado estadual José Hermínio Coelho trocou o PT (partido ao qual esteve filiado por quase duas décadas) pelo PSD (partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e do ex-deputado federal e empresário Guilherme Afif Domingues).
Kassab e Afif integram a fauna política à qual Hermínio costumava se referir, em passado não muito distante, como a “elite dominante da política nacional”.
Em Rondônia, o PSD está nas mãos do ex-senador e deputado federal Moreira Mendes, o mesmo que Hermínio acusou de manter “estreita ligação com o grupo Camargo Corrêa”, durante sessão realizada no plenário da Assembléia Legislativa de Rondônia, para discutir a situação das obras de Jirau e Santo Antonio.
Moreira, é claro, respondeu, na lata: “não se espelhe na sua pessoa para se referir à minha pessoa. O senhor tem uma forma de trabalhar e eu tenho outra”, como mostra vídeo da TV JORNET do dia 12 de maio deste ano.
Hermínio quer ser prefeito de Porto Velho. E já deixou evidente que para isso é capaz de fazer qualquer sacrifício, até de jogar na lata de lixo princípios por ele desde há muito abraçados e defendidos, com unhas e dentes. A final, a política, já disse alguém, “é arte de engolir sapos”. Espero que Hermínio não se empanturre com tantos batráquios.
Hermínio não deixou o PT por acaso. Um processo interno corre contra ele por apontar o dedo na direção de membros da cúpula petista. Se não abandonasse o barco agora, correria o risco de, amanhã, ser execrado.
Mas tinha que ir logo para o PSD, deputado? Por que não o PC do B, já que entre ele e o PT já certa semelhança ideológica. Ou isso é de somenos importância? Pelo andar da carruagem, o sonho de chegar ao palácio Tancredo Neves vai-se transformando em pesadelo.