Faltam poucas semanas para o início de um dos torneios mais importantes do futebol mundial: a Copa América 2024. O campeonato reunirá 16 equipes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e da Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf). Os Estados Unidos serão os anfitriões,
disponibilizando 14 estádios em todo o país para a organização do torneio.
Este ano promete números extraordinários, alguns deles recordes, como os US$ 72 milhões que serão distribuídos entre os participantes (quase o dobro da edição passada). Há também uma grande expectativa de público: até o momento, já foram vendidos cerca de 750.000 ingressos. É difícil fazer previsões sobre a audiência, mas deve-se lembrar que a edição anterior foi assistida em mais de 200 países e atraiu dezenas de milhões de espectadores.
Estreia da arbitragem feminina na Copa América
16 equipes, 32 jogos, 14 estádios e 101 árbitros. E aí vem a novidade, pois, pela primeira vez na história da Copa América, foram escolhidas árbitras mulheres. As árbitras são Edina Alves, do Brasil, e Maria Victoria Penso, dos EUA. Também participarão como assistentes a colombiana Mary Blanco, a venezuelana Migdalia Rodriguez, as americanas Brooke Mayo e Kathryn Nesbitt, e a brasileira Neuza Back. Tatiana Guzman, da Nicarágua, será árbitra do VAR.
A Conmebol, a organizadora do torneio, já havia se comprometido em 2016 a criar um roteiro para a inclusão das mulheres no futebol. De acordo com suas próprias palavras, o objetivo é o “desenvolvimento e a profissionalização de mais mulheres dentro e fora do campo, promovendo o futebol com igualdade nos diferentes torneios”. A partir de 12 de junho, os árbitros e árbitras participarão dos seminários de treinamento, com o objetivo de alcançar a melhor preparação possível, tanto física, técnica e psicologicamente.
Precedentes em outros jogos internacionais
Embora seja um marco para a Copa América, a presença feminina na arbitragem não é inédita em grandes competições internacionais. O precedente mais imediato ocorreu na Copa do Mundo da FIFA 2022 no Catar. Yamashita Yoshimi, do Japão, foi a quarta árbitra oficial da partida do Grupo F, na primeira fase, entre Bélgica e Canadá. A participação da ex-jogadora de futebol e árbitra de referência em competições femininas foi um marco no evento.
Dois anos antes, a francesa Stéphanie Frappart havia sido a árbitra principal da partida da Liga dos Campeões da UEFA entre a Juventus e o Dínamo de Kiev. Anteriormente, em 2019, a francesa já havia apitado a partida da Supercopa da UEFA entre o Chelsea FC e o Liverpool FC. Antes de Frappart, Nicole Petignat havia sido pioneira ao apitar
partidas da fase classificatória da mesma competição entre 2004 e 2009.
Rumo a uma maior igualdade
Com essas participações cada vez mais frequentes, está sendo banida uma ideia que já parece obsoleta: a de que as mulheres não têm capacidade física para acompanhar o ritmo de um jogo masculino. Nada poderia estar mais longe da verdade, como já foi demonstrado em vários eventos anteriores e como será visto
nas partidas ao vivo da fase de grupos e nas partidas posteriores da Copa América 2024. A preparação física a que essas profissionais estão sendo submetidas é altamente exigente.
O mesmo vale para a pressão que sofrerão dos espectadores, dos jogadores e da imprensa. Yoshimi, Frappart e Nicole Petignat, entre outras, já demonstraram seu profissionalismo e sua competência em partidas masculinas de alto nível. Agora é a vez de Alves, Penso e outras companheiras que estão sendo selecionadas pela CONMEBOL, para continuar avançando em direção a um futebol muito mais igualitário e inclusivo. E muito provavelmente, cada vez mais competições internacionais seguirão este exemplo.