*O estelionatário Francisco Canuto, 53 anos, preso há menos de um mês por haver enganado o pároco da Igreja de São Sebastião, situada no bairro Aviário, Raimundo Oliveira Lopes, se passava por advogado, segundo a polícia. Ele teria usado a estratégia criminosa, para lesar vítimas inocentes, principalmente as que tem parentes na penitenciária.
*O espertalhão só caiu nas mãos da polícia, depois de aplicar um calote na locação de um apartamento no Conjunto Manoel Julião. A locatária do imóvel, após vários meses sem ver a cor do dinheiro, comunicou o fato à polícia que, ao proceder consulta no Infosseg, descobriu ser Canuto procurado pela Justiça de São Paulo.
*Armadilha - Para atrair às vítimas, Canuto, usava de todas as artimanhas, revela a investigação. Muitas vezes, depois de arrancar dinheiro e outros bens de pessoas e entidades de classe, deixando-os na condição de autores do delito para tirar proveitos na Justiça.
*No caso em que envolve o padre Raimundo, Canuto se apresentou ao vigário demonstrando grandes conhecimentos sobre os planos filantrópicos da instituição, prometendo inclusive grande doação para a igreja.
*Com argumentos convencedores, arrancou R$ 30 mil do vigário. Conforme o inquérito policial, parte do dinheiro foi das economias do padre Raimundo, outra quantia da igreja.
*Versão da igreja - O advogado Atalídio Bady Casseb, consultado pela reportagem A GAZETA, contestou as acusações, ressaltando ter o estelionatário induzido o vigário a emprestar R$ 1,5 mil em cheque da paróquia. Bady se disse preocupado com o teor dos autos, onde teria vislumbrado vagas provas contra Canuto que, em seu histórico de crimes coloca às vítimas em desacordo com a Lei.
*A igreja, através de sua assessoria jurídica, pediu que as investigações fossem aprofundadas. Prometeu entrar com uma ação contra o estelionatário, tão logo sejam produzidas provas consistentes em desfavor do estelionatário.
*Na mira da polícia -A polícia não descarta possibilidade de haver pessoas influentes envolvidas nos crimes praticados por Francisco Canuto. Ele arrancou de uma pessoa (nome não revelado) R$ 15 mil, prometendo tirar da prisão na condição de advogado dois parentes da vítima. Conseguiu ainda não se sabe como soltar um sentenciado.
*Cobrou R$ 6 mil pelo serviço, depois exigiu outros R$ 9 mil, prometendo a liberdade do segundo "cliente" e sumiu com o dinheiro. De uma mulher (nome não revelado pela polícia), Canuto tomou R$ 8 mil em empréstimo e não pagou.
*Em caso de condenação por estelionato (art. 171 do Código Penal), "pena de reclusão de um a cinco anos e multa, podendo ser aumentada de um terço se o crime é cometido em detrimento de entidade de assistência social ou beneficência".