A seca antecipada no Rio Madeira, que levou Porto Velho a declarar estado de emergência, está dificultando a navegação e o escoamento de mercadorias, o que pode resultar em um aumento no preço do combustível no estado, segundo o Sindicato dos Petroleiros de Rondônia (Sindipetro).
Há quase dois meses, a Capitania Fluvial da Marinha do Brasil restringiu a navegação noturna no trecho entre Porto Velho e Novo Aripuanã (AM) por tempo indeterminado. Além disso, durante o período de estiagem, as embarcações precisam reduzir sua carga pela metade.
"As balsas estão navegando com menos carga, pois em alguns trechos o nível da água está tão baixo que elas não conseguem passar devido aos bancos de areia e pedras. Com a proibição da navegação noturna pela Marinha, a travessia só pode ser feita durante o dia", explica Eduardo Valente, presidente do Sindipetro.
Atualmente, o transporte de combustível é realizado de forma fluvial pelo rio Madeira, com saída de Itacoatiara ou Manaus (AM) para Porto Velho (RO). Normalmente, essa viagem de balsa leva entre 7 a 8 dias, mas com a proibição da navegação noturna durante a seca, o tempo de viagem pode aumentar para 18 a 20 dias.
Se a seca se agravar, será necessário recorrer a outras rotas, como as rodovias, que representam um percurso de mais de 2.400 quilômetros, conforme informou o presidente.
De acordo com o Sindipetro, essa mudança na logística deve elevar os custos de transporte, o que pode refletir no preço do combustível para os postos de gasolina.
"O custo do frete para trazer o combustível aumentará, e isso influenciará no preço final para o consumidor. Não haverá falta de combustível, mas pode haver restrições na venda, o que poderia levar os postos a reajustar os preços", explica Eduardo.